inteiros e Frações

inteiros e Frações

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Fúlmine

Fúlmine

Foi como se a Terra parasse de girar
Tudo parasse de funcionar
Quando me aconteceu
Parar para olhar
Aquela beleza impar.

Foi como se tivesse sido
Atingido por um raio
Como se me viesse ocorrido
Meu maxilar vir a pesar
Se deslocar
Uma tonelada.

Eu sabia
Desde o primeiro segundo
Que algo além
Vem para o meu mundo.

Você não é um ataíde bonito
Tem algo a mais para oferecer
Mais motivos para alguém
Que já tem todos;
Mais motivos
Para uma pessoa
Que você não precisa convencer.

Esse tipo de mulher
Te faz querer ser o melhor,
Te torna maior;
Do tipo que faz você dar tudo
Quando não tem nada.

Do tipo que te faz prometer
Para si mesmo
Ser um homem melhor,
Ela te faz prometer
Acabar com seus vícios
Ela vai te enlouquecer
Vai fazer você esquecer
Das outras coisas.

Não haverá nada a mais
Para se importar,
Só uma pessoa
Para olhar,
A Terra parou de girar
Tudo para de funcionar
Quando se tem ela a olhar.
Quando só há ela para amar.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Vênus

Vênus

Você não é real
Um sonho perfeito demais...
Para realidade imitar.

Então se isso é verdade,
Como você pode ser real?
Como o seu normal
Pode ser tão surreal?
Você é o sonho
Que ainda não sonhei.

Você é um tipo impar de jóia
Cobiçada por todos,
Desejada por todos;
És um tipo raro de pérola
Como num cacho de uvas,
Ela é um colar de pérolas roxas.

Parece peculiar:
Incrível como um sonho deve ser
É um sonho
Que ainda não sonhei.

Você é perfeita
Mesmo com os seus defeitos,
É como os conceitos
Que se tem da persona de deuses gregos,
Nunca cairá no meu conceito
Os períodos estando contigo
Irão passar;
Mas a sua beleza divina...
Irá continuar;
O seu beijo
Que ainda não ganhei
É um sonho...
Que já sonhei.

Torne-me Mal

Torne-me Mal

Preto em escuridão muito densa
Parecendo um infinito limbo,
Eu nem sempre fui limpo
Posso porem te garantir:
O motivo pelo qual ela quer me destruir
E destruir tudo que eu possa
Um dia construir.

Meu trabalho não fora breve
Eu suei sangue
Nas veias gélidas de neve
Que são provenientes dela.

Ela sempre pinta esse quadro...
Feio demais;
Sempre que ela fala de mim
É mentira demais;
Velhos hábitos nunca somem
E seus hábitos...
Eles consomem
Todo o meu amor
Os seus meios justificarão...
O meu fim?

Você tem congelado
Tudo o que eu poderia ser,
Não conseguiria encarar
Nunca procurou entender,
O sentimento que quis te dar
Nunca será...
O que esteve a pretender.

Ela sempre pinta esse quadro feio,
Quando se emburra
Para dentro de uma fôrma,
Tenta com isso me moldar?
Tenta com isso me tornar?
Tornar-me mal.

Para que tentar ser amigável,
Se a idéia que têm de mim
É tão detestável,
Para que tentar ser norma?
Para que tentar ser legal?
Se você me torna assim...
Tão mal.

Fazer sentir essa doença
Sentir a razão pela qual
Você me faz sentir mal,
Sentir a razão pela qual
Você me torna tão mal,
Sentir sua emoção de
Me fazer sentir ruim.

Achou mesmo que
Esse seria o meu fim?

Haverá sim um fim
Mas não será de mim,
Porém, partirá de mim.

Torne-me mal!
E meus novos meios,
Justificarão o seu fim.

E justo agora- que sou mal
Acostumar-se-á a sangrar
Far-lhe-ei sofrer, chorar
Tornar-se-á normal...
Todas essas  amarguras.

Os meus novos meios
Justificarão seu triste e sofrido fim...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Esquizofrenia

Esquizofrenia

Uma porta secreta,
Caminho tortuoso,
Muitas vozes na minha cabeça,
Muitas personalidades diferentes,
Tudo organizado de forma peculiar,
Muitas coisas fora do lugar;
Parece uma grande bagunça.

Essa casa fica sobre nova direção
Com freqüência,
Se deixar recado
E não for bem endereçado
Haja com naturalidade,
Tenha a caridade
De compreender essa nova personalidade,
Se antes fosse um ser normal,
Agora só há anormalidade.

Olhe nos meus olhos:
Veras onde mais de um repousa;
Olhe nos meus olhos:
Você verá
A luta que travo dentro do meu interior;
Ter que acordar todo dia nesse pavor
Sempre com alguém diferente
No comando.

Os últimos resquícios de sanidade...
Estão andando;
E eu posso ouvi-los...
Me chamando;
Ouça-os me chamando...

Cada um em seu feudo
Partes de um todo,
Um todo em cada parte;
É como reflexos em um espelho quebrado.

É como pensar...
Num triangulo quadrado.
O impossível possível
O inalcançável acessível,
Como um Frankenstein:
Feito de várias partes
Coexistindo holisticamente particular
Em particulares holísticos
Eu sou um multipolar
Taxado de “bipolar”.

Mantenha-los de fora
Deixar que eles vejam
Somente o que querem ver;
Eles não sabem
O que é ser
Uma mutação.

Os últimos resquícios de sanidade
Estão se esgotando
E eu posso ouvi-los
Me chamando...
Ouça-os me chamando
Ouça!
Você também pode ouvi-los?

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Fantasmas

Fantasmas

Sua textura só pode ser diferente
Constituído de algo que de mim
Não é inerente
Alguma coisa diferente.

Perto da densidade
Dos sentimento em seu coração
Sem identidade
Algo etéreo demasiado para estar...
Em seu campo de visão.

Às vezes...
Eu sei!
Você me percebe.

Às vezes...
Eu sei:
Quando você me sente
Sinto medo em sua mente
Eu sinto...
O seu gélido sentimento:
Você não quer reviver um pesadelo.

Palavras entaladas e comprimidas
Todas elas...
Todas elas deveriam ser ditas.

Quando seus heróis viram fantasmas
Você ainda tenta viver uma fantasia;
Se eu lhe proponho a monstruosa verdade,
A sua vertigem com azia,
É uma verdade mau digerida
Uma verdade mau compreendida.

Você faz escondido
Como se não houvesse sempre alguém ali...
Para saber o que você faz;
Mas nem você é capaz,
Nunca irá saber
Quem pode estar atrás,
Quem é a testemunha
Desse seu egoísmo voraz.

Eu sinto a sua culpa te acusar
Quando escuta-se seu coração disparar,
Você sua oceanos gelados
Quando percebe que sua hora está pra chegar.

Sente-se já perceptível
O cheiro do seu medo
Isso porque “quem deve teme”.

Quem dera fosse só sua consciência
Mas alguém que te irá levar à falência
Te joga cada vez mais fundo
Num posso sem fim;
Alojá-lo num túmulo
Com uma lápide de marfim
E um epitáfio que diz assim:
“Aqui jaz aquele que devia
Terá uma cama dura e fria,
Dormirá em meio aos seus prantos
Cercado de espantos
Oriundos daqueles que temia
Em meio aos próprios enganos.”

Palavras entaladas e comprimidas
Todas elas...
Deveriam ter sido ditas.

Não se desespere
Essa escuridão não será para sempre;
Um dia a ti serei tangível,
Hoje eu sou temido
Amanhã você também será.

O Sétimo Filho do Sétimo Filho

O Sétimo Filho do Sétimo Filho

Abra a janela
Hoje é Lua Cheia,
A lua dos namorados.

É hora de subir a serra
E de descer os charcos,
                                                                Veja Ela de mais perto
Sinta o cheiro desse novo mundo,
Sinta o vento assoviar,
Prepare-se para caçar.

Soe as trombetas da garganta
Em um cantar de gelar a espinha,
Dedicando à bela Donzela de Prata,
Cante e vá à cata
De mais uma caça;
Eu doce fruto de licantropia.

Cante para Ela
Apague essa vela,
Sei que graças à magia dela,
Você enxerga sem luz
Uma aquarela.

Abra a janela,
Hoje é Lua Cheia,
Mesmo com sua Luz Prata
Ainda está muito escuro
Um manto escuro
Que cobrirá negócios escuros.

Eles não poderão te machucar
Mas você,
Por outro lado...
Pode sentir o sangue no ar,
Você o atravessa
Mais uma refeição começa
Mais um desses seus cantos familiares.

Pleonasmo: Poeta Apaixonado

Pleonasmo: Poeta Apaixonado

Tentar Explicar seus pensamentos
É puro simbolismo;
Dizer como sua voz me faz sentir
É puro romantismo.

Quando deitas em meu jardim,
Minha linda Jasmim,
A grama fica mais verde
Com você aqui;
Fica fácil entender
Com todo esse verde a nos envolver,
A felicidade mais arcadiana.

Descrever seu corpo
É um perfeito exercício panázio;
Se eu fosse um classicista
Iria ver de primeira vista
Me apaixonar na sua forma:
Perfeita em mínimos detalhes,
Nos mínimos detalhes que torneiam sua boca
Como numa escultura barroca.

Haverão aqueles que declarar-lhe-ão,
Como os naturalistas,
Como se seu encanto
Na carne estivesse;
Eles não entendem a metáfora:
No miocárdio que o amor acontece.

Em Qualquer Luga Entre A Vida E A Morte

Em Qualquer Caminho Entre A Vida E A Morte

Eu estou um pouco mais vivo
Porém ainda muito morto,
Estou tentando mudar minha sorte,
Estou em um caminho
Entre a vida e a morte.

Pouco nesses dias
Algo tem a graça que me conforte,
Nessa sociedade niilista...
A regra do mais esperto,
A lei do mais forte;
É uma dura vida que te faz morrer,
É uma dura morte que te faz viver.

É matar para viver,
É viver para matar,
É mais um caminho...
Que todos somos obrigados a trilhar.

Tem gente que desiste de um caminho,
Enquanto outros,
Infelizmente,
Desistem de caminhar.

Alguns marcam seus caminhos com migalhas,
Outros estendem tapetes vermelhos para passar,
Tem gente que atravessa caminhos de sangue,
Tem gente que chega ao fim do caminho muito cedo
E deixa outros a se questionar:
"O quão pode ser cedo de mais?"
Enquanto, há tantos outros
Que demoram muito mais do que o esperado.

Quando se trilha rumo ao conhecimento
As rotas se tornam perigosas:
Sempre tênue ao sofrimento;
Mas, não que se possa achar rosas...
Ou algum contentamento.

Eu estou um pouco mais morto
Mas ainda muito vivo,
Estou tentando mudar minha sorte,
Estou em qualquer caminho
Entre a vida e a morte. 

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Distância < Amor = Infinito

Distância < Amor = Infinito

“[...] E pensar que estão cada um em um canto do mundo, é como se estivessem juntos, o tempo inteiro. As palavras valem muito , valem tudo; são ditas com a certeza da resposta. [...] podem haver milhões e milhões de km, mas o amor consegue ser bilhões de vezes maior [...]”

Vocês sabem superar a distância?
E se for maior que o seu amor,
Conseguirão mesmo separados, estar juntos?

Na alegria
Ou na tristeza,
Na saúde
Ou na doença,
Sabe como utilizar a esperança...
Para cicatrizar a dor?

O quão a saudade fomenta a importância
Daquilo que é importante,
É destinatário de grande instância
De quem o amor traz mais perto,
Diminuindo a distância a cada instante.

Paciente impaciente:
Mais um doente da saudade...
Que estaria no inferno contente
Se souber que o infernal remetente
Tem sempre ao seu emissor um abraço quente;
Um algo acolhedor
Para suas noites frias,
E que anestesia sua dor
Com um entorpecente amoroso calor.

Uma simbiose entre termos distantes
Um e outro são para ambos essenciais,
Dividindo a vitalidade em situações banais;
Havendo a distância que for
Nada compete com o grau
Que se expressa esse amor.

Mais vale um coração inteiro
Do que dois pedaços
 (Ou dois em pedaços);
Preenche-se os espaços,
Completa-se o incompleto
O único usual que nunca cai no marasmo, é predileto
O único comum que se torna ímpar,
Como se a muitos séculos...
A conhecesse
Talvez até as previsse...
Em plenos sonhos.

Novela Mexicana

Novela Mexicana

Quando eu estou em sol
Você traz a chuva,
Sou o vinho
Quando você ainda é uva.

Se comigo não quer nada,
Porque a bruxa se veste de fada?
Por que não me deixa
Livre para amar?
Já que a mim tens horror
E só do amor,
Pode ter vindo este ciúmes.

Se você anda sempre armada,
Se atira para todas direções,
Mesmo sendo tão perigosa
Não tenho medo de lhe encarar,
E se em mim atirar...
E, sendo você tão formosa,
Isso daria uma maluca Novela Mexicana.

Dá dor de cabeça
Quando se amarra o coração
Mas fica tudo uma beleza
Quando ele aponta para uma só direção.

Se você anda sempre armada
Se seu sentimento é difuso
Sei o tanto que deve estar
Esse seu coração confuso.

E se em mim atirar...
Não vou me espantar
Se amanhã comigo você não mais estiver
Mesmo sendo você tão formosa,
Mesmo sendo você tão perigosa
Não vou estranhar
Não vou sangrar,
Não vou me espantar se um dia acordar
E você não estiver;
Você nunca foi minha para que eu a tomasse.

E se eu dissesse que não,
Mesmo que negasse o seu coração
E com isso você for me odiar
Mesmo assim eu te amaria;
Quem sabe não é melhor essa situação?
Melhor ser seu melhor amigo
Do que no futuro,
Ser um ex-namorado
Que você faz questão de ser inimigo.

E se mesmo assim você me odiar,
Eu vou te amarei
Mesmo você sendo tão perigosa
Me pareceria ainda ser tão formosa
Com essa careta horrorosa;
Adoro essa sua cara de malvada!

Você nunca foi de ninguém
Para que alguém lhe tomasse,
Nunca se importa com ninguém
Porque nunca houve alguém que se importe.

Temos juntos toda uma historia
Que nunca caberia num livro
Em dias de sol,
Tantas aventuras
Lagrimas daquelas chuvas
Em meio a tantas desventuras.

Sei que debaixo dessa armadura perigosa,
E dessa sua beleza formosa
Escondem-se cicatrizes
Sei disso mais do que ninguém
E não há alguém
Que compreenda isso tanto quanto eu:
O tanto que você sofreu
O quanto lhe doeu;
Ninguém sabe o valor que é conseguir
Fazer você rir...
Pelo menos não mais do que eu.

Posso não ter o amor que um dia você possa vir a ter,
Mas quem sabe
Talvez eu tenha o amor que você precise?
Não sou uma autoestrada retilínea,
Tenho lá minhas curvas
Você não é a uva que eles pensam
Você é o vinho que eles desperdiçam.

Eu sinto o sol
Quando você me molha de chuva,
Beberei do vinho
Do qual seu amor é a uva;
Às vezes a vida é reta...
Mas tem lá suas curvas.

Espécie em Extinção

Espécie em Extinção

Me cansa ser sempre o mesmo inconveniente
Não que eu me importe com que eles dizem convir,
Ou o que tem na minha mente;
Eu sou o último de uma espécie
Que ainda pensa por si.

Eu sinto saudades de ser compreendido,
De alguém que entenda as minhas razões,
Algum dicionário que pudesse traduzir minhas emoções.

Eu quero ser tido como algo real
Não ser tomado como um acaso, um acidente...
Eu sou real!

Aguentar,
Enquanto lhe obrigam a desistir
Tem-se que lutar
Que resistir.

Eu tenho que resistir
Para não morrer perto da praia,
Conotando estar
Em alto mar.

Seja uma fortaleza com muros fortes
Tenha uma muralha alta
Não deixe que as flechas que Eles dizem
Lhe firam provocando sua morte.

Viver em um mundo errado
Morrer num mundo dito “certo”
Eu sou mais um astro a brilhando
Em meio a um céu de estrelas;
E quando morrer,
Só irão se preocupar
Quando passar
Alguns anos luz.

“Se tua mão é motivo de escândalo
Arrancai-a”
Se minha mente é motivo do seu escândalo;
Arranque seus ouvidos
E lance-os tão longe quanto outrora lançou
Seu senso de sociedade.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O Amor Não é Para Os Bons Meninos

O Amor Não é Para Os Bons Meninos

Sou mais uma borboleta
Que nunca sairá do casulo,
Sou um daqueles bons garotos
Que morrem cedo,
Sou daqueles que nunca conheceu o “sim”
Ou uma aliança de ouro no dedo.

Eu não jogo aquelas brincadeiras infantis,
Mas esse jogo que você está brincando...
Esse seu jogo eu quero empatar;
Esse seu joguinho que não é para crianças,
Eu quero mais da sua brincadeira de adulto
Me leve até o seu playgrounds?

Acho que já é minha vez 
De brincar no trepa-trepa.

Noites Difíceis

Noites Difíceis

Tem sido noites difíceis
Eu sinto falta dos seus olhos
Eu sinto falta do seu beijo
Sinto falta da sua personalidade
Sinto falta daquele seu jeito.

Saudade atroz!
Amor,
Necessito de sua voz
Preciso lhe falar
Nada tão especial,
Apenas o trivial;
Pois qualquer assunto banal
Vira musica
Quando se está a ouvir
O timbre excepcional da sua voz.

Eu não vou dormir para sonhar
Para ter que uma hora acordar
Sem você aqui estar.

Tem sido noites difíceis
Eu não vou fechar meus olhos
Porque não suporto mais,
Não quero mais
Com você sonhar.

Não quero acordar
Sabendo que estarei num mundo
Onde você não pode estar.

Vai ser mais uma longa madrugada
Assim como outras noites...
Que tem sido difíceis.

Tempos Modernos

Tempos Modernos

Hoje nada é mais original
Todo o estranho se tornou normal
O hediondo se tornou banal.

Nada mais é criativo
Tudo é plágio
Tudo é regressivo
Estampando o pálido
Em tons pastéis.

Tudo retoma a um mesmo significado,
Todos tem a mesma coisa para dizer,
Toda atividade cerebral parece ter sido tomado
Como o mais hediondo pecado,
Coagindo o passivo em um oceano de marasmo,
Todos na roda
De um grande pleonasmo.

Hoje não há nada para ser:
As sombras andam por aí
Uma penumbra densa demais para ver,
Não se tem nada para viver.

Um monólogo de vida
Um dogma conservador para ultrapassar,
Jogaram o dialogo às traças para definhar,
A convivência obsolesceu;
Mais um complexo ciclo de vida de produtos
Vai fazer o Sentimento morrer.

Talvez seja uma crise de meia idade:
Perda de identidade,
Um mundo sem criatividade.

Guerra ao terror:
Um revide com horror;
Qual é o brinquedo maior?:
Um homem bomba homicida
Ou a farda genocida?

Dane-se seus sensos se civilidade!
São novos tempos,
É o negócio que move essa sociedade

É bom se adaptar
São novos tempos que irão te matar
Antes de você realmente possa...
morrer de verdade.

Este é o mundo
Onde você tem de pedir licença para estar,
Por que alguém estaria grato por ter alguém
Que queira morar...
No mundo deles?

Escabroso mundo,
Modernidade horrível;
Qualquer coisa é vendável
Moral anda em sentido viés
Estampando o pálido
Em tons pastéis.




Princesa Desencantada

Princesa Desencantada

Por que fingir ser o que não é?
Por que teria que ser assim?
O que você ganharia em fingir me amar?
Com que propósito você me vem dissimular?

Eu nuca abrirei meu coração
Com você dessa maneira,
Eu e você nunca saberemos
Como um e outro realmente são.

Eu abriria a porta
Se você quisesse entrar,
Mas você é do tipo que nunca me convidaria
Para sonhar.

Talvez se você viesse verdadeiramente
Eu poderia acreditar realmente;
Mas há sempre rodeios,
Tantos dublês,
E um elenco de coadjuvantes...
Sempre dando uma “ponta” como protagonista
Protagonistas no meu lugar.

Você me confessa
Que há em ti muita ingenuidade,
Como se eu não soubesse
Que dessa sua capacidade,
Dessa sua mau maquiada vulgaridade
Não houvesse desejos capciosos
De uma mente torpe.

E lembrando do passado
Quando vi você na vitrine,
Era mas elegante;
Depois que comprei pra ver...
Aos poucos se tornou intrigante,
Um relacionamento agridoce.

Mas pelo menos,
 Tiro um peso da consciência:
Pensei que fosse comigo,
Mas fosse que fosse,
Seria sempre o mesmo inferno.

Eu fico aqui pensando:
O que realmente
Posso eu poderia em ti somar?
Estive varias vezes com seu corpo;
Mas e sua mente,
Onde ela  realmente estava?
(Sinto medo de isso lhe perguntar.)
Quem sabe o que pode me contar?!

Você foi uma decepção
Entrou para o hall de "só mais uma"
E você sabe que penso assim.

Talvez amar,
Se entregar,
Ter alguém,
Deve ser uma ideia
Que você deve detestar.

Você nunca foi minha realmente...
Para que eu pudesse tomar;
Então por que ainda me frustro com isso?

Por que esse nó na garganta
É tão difícil desfazer?
E o mais importante:
Por que quando você chama
Eu ainda vou?



Encefalograma

Encefalograma

Essa sua massa cinzenta,
Na verdade,
É um grande maciço de confusão.

É apenas um aterro sanitário
Onde Eles despejam o que querem
E quando penetram em nossos pensamentos
É como voar bosta no ventilador.

E como tal em um ventilador,
Você vê merda em todo lugar,
Não importa qual maldito ângulo você possa olhar,
Porque Eles não apenas “ventilam” isso;
Cai-se de pára-quedas
Ou despencam como numa chuva.

Sempre tem alguém a te mirar:
Parece que todos esses paraquedistas infames
Lhe fizeram área de pouso,
E parece forte a torrencial chuva de injúrias
Da qual só os Engomados do Colarinho Branco tem o guarda-chuva.

Eu me escondo tanto
Tentando escapar de mim mesmo,
Tentando não pensar
Como se tudo o que acontecesse,
Eu não estivesse a par;
É mais um jeito de tentar escapar
Escapar de lutar
Lutar para mudar
Escapo para me acomodar
Deixar de pensar
Para penetrarem em meus pensamentos.

Autoflagelação,
Pseudocaridade,
Receitas de nossa verdadeira sociedade,
Eis o nosso fomento de insanidade;
Ridícula e hipócrita encenação
Apenas uma compensação
O preço de uma auto-absolvição
Uma pequena indulgência
Para atenuar nossa sentença
Alimentando a descrença.

Mecanismo paliativo
Ato retroativo
Uma grande esquizofrenia
Fantasia de uma vida em sociedade
Secretando rituais pagãos de individualidade.

Essa sua massa cinzenta
Na verdade é um turbilhão;
Um grande maciço de confusão
Que sufoca a razão;
Apenas um aterro sanitário
Que lhe coloca em comunhão
Com a hipocrisia;
Te transforma numa negação
Destruindo toda uma geração.

Reclame dos seus problemas,
Planeje e maquine novos esquemas,
Talvez alguém novo para apontar,
Algum bode expiatório para acusar
Um coitado para esfregar-lhe a ferida.

Mas antes de reclamar saiba:
Não há inocente
Que seja penitente.

Nós sabemos o que fazer
É conhecido o que deve mudar
Não há como fingir, não entender.

Se você escolhe se esconder,
Se decidir se calar
Então,
Você já sabe a quem culpar.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Acontecia em '64

Acontecia em ‘64

Minha boca sempre esteve fechada por grilhões
Mas minha mente sempre esteve aberta,
Nunca pude dizer o que sabia
E nem minhas opiniões.

Eu era jovem,
Em meio a velhos
Velhos demais para mudar.

Eles nunca deixaram que eu pensasse,
Eles me tiraram o prazer,
Eles me tiraram o vida,
Eles nunca deixariam...
Que alguém soubesse;
E nunca saberão o que eu sei.

Deixe que eu seja o que eu era!
Deixe ser
O que um dia já foi;
Tire essa focinheira de mim.

Eu fui enterrado vivo,
Fui esquecido,
Fui trancado numa caixa sem ar.

Tem sido difícil a vida nas ruas:
Ter que esconder meus pensamentos em burcas
E ter que viver com medo
Todos os dias.

Algum Dia

Algum Dia

Você disse que haveria,
Deixando em termos bem vagos
Que em um novo dia a gente se encontraria.

Falou-me que
Mais uma vez a gente estaria
Algum Dia...
Juntos.

Eu tive que divagar por aí
Com um coração à hibernar;
Muito tempo esperei
Até achar o meu lugar,
Um canto em paz para te esperar.

Tenho muito para lhe dizer,
Muita coisa para lhe mostrar,
Muitas musicas escrevi para-lhe cantar.

Eu quero te mostrar como é estar
Aqui desse lado,
O quão leve é esse ar
Porém, não há felicidade para durar
Sem você aqui comigo.

Mas existe um consolo
Eu sei que você está chegando
É só uma questão de tempo.

Eu quero tentar
Fazer você estar
Aqui do meu lado,
Eu sei qual o preço tenho que pagar
E a moeda é a paciência;
Eu terei que esperar
Esperar por Algum Dia;
Mas devo lhe contar
O Algum Dia, sinto que está chegando.

Já dá pra sentir o seu perfume no ar
Escuto ao longe
E também em todo o lugar
A sua voz próxima.

Dá pra perceber
Algo diferente no meu olhar:
É a expectativa que se tem
Quando alguém especial
Está para chegar.

Pouco tempo resta na ampulheta,
O coração já não cabe no peito,
As frutas já estão maduras,
É hora da colheita.

Meu coração para na boca
Quando eu vejo
Aquela figura ao longe se formando
Que dia é hoje?
Hoje já é Algum Dia?

Memórias Mortas

Memórias Mortas

Qualquer um consegue
Queimar seus arquivos,
Mas sem as memórias mortas no meu coração...
Eu não estaria entre os vivos.

A tentação vive em seu nome,
O pecado na sua face,
O meu sangue
No seu perfume,
E o meu coração
No seu cardápio
Em meio a um molho
De memórias mortas.

Cada segundo é uma faísca,
Que me deixa queimando em chamas.

Será que fico caindo
Por que não fui feito para subir?

Eu vivo mentiras
Ou minha vida é uma mentira?
“Você é aquilo que você sente”
Então me diga o quer eu poderia ser?!
E o que eu posso ser assim?
Nada...
Além da morte.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Universo de Dor

Universo de Dor

Eu sei;
Vivo numa redoma de vidro,
Sozinho em “Meu Mundinho”,
Mas não esqueça...
Vidro é transparente;
Daqui de dentro
Eu vejo o que acontece,
Eu sei quem padece,
Dá pra sentir o odor
De quem apodrece,
No Universo de Dor
Que existe lá fora.

Eu sou uma águia
Carcará ou condor;
Vou deixar essa “vida” que me oferecem
Para amanhã
Nesse Universo de Dor.

Eu sei que você sabe;
Que aqui dentro eu sou intocável
Aqui, minha felicidade é inabalável.

Você já tentou me sufocar,
Já tentou me matar,
E você falhou;
Mas o que importa
È que você tentou.

Vou deixar para sentir
A magoa que você tentou me imprimir
Talvez para outro dia.

Vou deixar essa “vida” que me oferecem
Para amanhã
Nesse Universo de Dor.

Fique com a sua inveja
Ciúmes e raiva,
E o que mais existir aí fora.

Tentarei ser seu amigo
Apesar de sua tentativa
De me jogar na amargura;
O fato de te querer diferente de como me quer
Já lhe será uma grande tortura.

Então,
Sinta-se em casa,
Como se estivesse imersa
No seu grande Universo de Dor.