inteiros e Frações

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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Pelo o Que Vale a Pena Matar?

Pelo o Que Vale a Pena Matar?*

Para todo lado que você olha se vê morte:
Nos olhos marejados dos vivos,
E no olhar perdido dos mortos;
No futuro das crianças 
E no presente de homens e mulheres,
Todos servidos da sopa de sangue
Mas não temos colheres.

Todos se acham protagonistas,
Mas apenas coadjuvantes em imensas matanças,
Apenas figurantes 
Para os inalcançáveis.

Desde a primeira respiração
Até o ultimo esboço de contração...
Do seu coração, 
São os Alheios à Zona de Conforto:
Os verdadeiros condenados...
Antes mesmo que se houvesse crime,
O transeunte de calçada que ainda não sabe que está morto.

Morrendo como um pária,
Quando muito um terrorista,
Enquanto o seu carrasco é o grande ativista...
Do maior de todos os pleonasmos:
"A Guerra ao Terror".

Indignação:
Ele é considerado o parasita...
Quando é parasitado,
Ele será fuzilado...
Se não permanecer submisso, omisso e calado.

"Pelo o que vale a pena matar?"
-Ele se pergunta todas as noites...
Ao som dos bombardeiros
Que sobrevoam e fazem voar...
A sua casa.

Então,
Eis que ele encontra a resposta:
Vale a pena que se possa matar
Para que se possa ao petróleo refinar;
Vale apena matar
Por quilates em pilhagens;
Vale a pena matar
Pois a terra hoje grilada foi regada...
De sangue,
Pois que rende muitas e vastas pastagens.

Enquanto alguns poucos puderam
Fazer suas Gerras de Independência com sangue,
Ele, ao meio a sinfonia de bombas
Que sobrevoam sua casa
Não poderá nunca lentar sua voz...
Ele é uma ave sem nenhuma asa.

Alheio ao direito de viver,
Ele arrasta-se tetando sobreviver,
E é obrigado a ver:
Aquela farda...
-Aquela representação anglo-saxônica de poder
Desgraçar sua mulher.

Ele é forjado no fogo da desgraça
Com "D" maiúsculo,
Ele é o produto do meio
Concebido em um contrato de terceirização...
O único produto no mundo que carrega exclusivamente em si,
O risco de si mesmo.

Ele é forjado no fogo da desgraça
Com "D" maiúsculo,
Na forja do rancor...
Seu potencial se faz minúsculo,
Mas que agora se maximiza.

Ele é para si próprio agora, tudo que Lhe resta
E Ele se carrega,
E posto que tudo que ele carrega é ódio...
Pronto para se descarregar.

Pelo o que vale a pena matar?
Por dólares à mais?
Por pilhagens à mais?
Pelo poder a mais?
Ou será que vale a pena matar...
Para não ser marcado para morrer?
Para não ser condenado à uma vida de morte?

Pelo o que vale a pena matar?
Pela sua camiseta de poliéster,
Ou um ideal de liberdade?
Qual valor pesa mais?

Seja como for,
O seu sapato hoje fechou a cotação em alta:
Hoje ele vale mais do que os milhões...
Que morreram para confeccioná-lo.

Porque o hoje foge-se tanto do plausível?
Como ainda hoje é cabível considerar...
O quão vale a pena matar?

*Os Estados Unidos lucram bilhões com o mercado bélico e a extração de petróleo no Oriente Médio, você deveria buscar SABER como.



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Palavras

Palavras

Eu descobri novas Palavras
Descobri Palavras guardadas em caixas deixadas às traças,
Palavras empoeiradas.

Minhas palavras vivem através de mim,
Palavras que fazem chorar
Palavras que te fazem acreditar
Palavras que podem fazer-lhe sentir...
De volta ao lar;
Palavras que são voz da alma.

Palavras em ditongo
Ou palavras em tritongo,
Palavras que geram ressonância e estrondo...
Moral ou banal?

Significados livres ou guardados,
Prontos para o uso
Ou usados e amarrotados, 
Veículo de transporte de ideias...
A faculdade de se expressar.

Ideia transvestida de fonema,
Há quem diga que na Árvore do Fazer-se Entender
 Ela seja o florema,
Há quem haja como se a Palavra...
Fosse apenas xilema.