Questão Celeste
É tarde na noite
Venta forte e sinto frio
Mas é o medo
Que levanta meu arrepio
Eu sonhei vezes a mais,
Sonhei por angariar sabedoria
Sonhei que um dia
A tudo entenderia
Que a sabedoria
Um dia alcançaria
E tudo que se necessitasse saber
Eu compreenderia.
Hoje sei,
Eu não gosto do que sonhei
O medo em que me arrepiei
Fora do que compreendi.
Compreendia a vaidade de homes
Que crêem que tudo que fora feito por Ti
É endereçado a eles.
Eu feliz sonhava
Mas não sabia
Onde caminhava.
Eu sei que é triste
Mas é verdade:
Algo está muito errado
Pelo amor
Eu nunca estive certo,
Questões sobre viver e morrer,
Eu nunca mudarei essa dor.
Estendendo suas mãos aos céus
Louvor insano e fanático
Declamam doentes amores
Eles gritam e exclamam:
“Senhor, Senhor!”
Mas nunca vão curar suas dores.
Eu sei meu Senhor!
Eles deturpam
Eles parasitam
Eles usam
Eu não posso aceitar,
Não como eles querem colocar
Não as infâmias que estão a nos forçar.
Eu fujo dos falsos profetas
O que torna tudo
Uma eterna fuga.
Eu quero acreditar,
Mas sem algo para me apoiar
Não posso Lhe alcançar,
E eu sofro
Eu me amedronto
Com o inferno que estou vivendo
E que viverei.
Pois a um inferno especial
Onde muitos estão a queimar
Porque não estiveram
Dispostos em Ti acreditar.
AH!
Eu sei,
Você não pode me perdoar
Não aquele que descorda
Não aquele que não se dispõe a acreditar
A abordagem confusa
Que muitos estão a disseminar.
AH!
Eu sei,
Você deve ter se sentido traído
Eu estou falido
Não quero queimar
E arder;
Esquecerei que tenho um cérebro
Para pensar
Não mais procurarei entender.
Eu sei,
Você não pode me perdoar
Eu sei
Sozinho agora eu hei de caminhar
Caminhar tarde da noite,
Venta forte e sinto frio
E então um arrepio me lembra que
Estou sozinho
Sozinho,
Sozinho.
* Inspirado nos pensamentos de pessoas céticas, niilistas.