inteiros e Frações

inteiros e Frações

sábado, 27 de agosto de 2011

Questão Celeste


Questão Celeste

É tarde na noite
Venta forte e sinto frio
Mas é o medo
Que levanta meu arrepio

Eu sonhei vezes a mais,
Sonhei por angariar sabedoria
Sonhei que um dia
A tudo entenderia
Que a sabedoria
Um dia alcançaria
E tudo que se necessitasse saber
Eu compreenderia.

Hoje sei,
Eu não gosto do que sonhei
O medo em que me arrepiei
Fora do que compreendi.

Compreendia a vaidade de homes
Que crêem que tudo que fora feito por Ti
É endereçado a eles.

Eu feliz sonhava
Mas não sabia
Onde caminhava.

Eu sei que é triste
Mas é verdade:
Algo está muito errado
Pelo amor
Eu nunca estive certo,
Questões sobre viver e morrer,
Eu nunca mudarei essa dor.

Estendendo suas mãos aos céus
Louvor insano e fanático
Declamam doentes amores
Eles gritam e exclamam:
“Senhor, Senhor!”
Mas nunca vão curar suas dores.

Eu sei meu Senhor!
Eles deturpam
Eles parasitam
Eles usam
Eu não posso aceitar,
Não como eles querem colocar
Não as infâmias que estão a nos forçar.

Eu fujo dos falsos profetas
O que torna tudo
Uma eterna fuga.

Eu quero acreditar,
Mas sem algo para me apoiar
Não posso Lhe alcançar,
E eu sofro
Eu me amedronto
Com o inferno que estou vivendo
E que viverei.

Pois a um inferno especial
Onde muitos estão a queimar
Porque não estiveram
Dispostos em Ti acreditar.

AH!
Eu sei,
Você não pode me perdoar
Não aquele que descorda
Não aquele que não se dispõe a acreditar
A abordagem confusa
Que muitos estão a disseminar.

AH!
Eu sei,
Você deve ter se sentido traído
Eu estou falido
Não quero queimar
E arder;
Esquecerei que tenho um cérebro
Para pensar
Não mais procurarei entender.

Eu sei,
Você não pode me perdoar
Eu sei
Sozinho agora eu hei de caminhar
Caminhar tarde da noite,
Venta forte e sinto frio
E então um arrepio me lembra que
Estou sozinho
Sozinho,
Sozinho.


* Inspirado nos pensamentos de pessoas céticas, niilistas.

Indecomponível


Indecomponível

Nenhuma operação
Nenhuma química reação
Nenhuma redução
Ou diluição

Não há contração
Impossível desfragmentação
Impossível destruição
Impossível decomposição.

É aquilo que nenhuma operação
Poderá reduzir em partes
Mais simples do que as apresentadas.

Indestrutível, indecomponível
O que poderia ser...
Se não o amor?

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Vento que Sopra, Vento que Muda


Vento que sopra, vento que muda

Não olhe para traz
O vento que sopra
Estará a lhe levar
A poeira que lhe cegará.

Não olhe para traz
O vento de mudança
Empurra a vela
De seu barquinho de papel
Para bem longe.

Sinto o cheiro do futuro
no vento que sopra
As nuvens que estão
Ao céu nublar
Irão se precipitar,
Mas seu barquinho de papel
Também é papel contáctil.

Àquilo que lhe é denegrivel
A este é impermeável
E ao vento que lhe sopra,
Assim tão amigável,
Irá move-lo a jusante da tormenta
Isso lhe será inegável
Lhe será inevitável.

Esse vento de mudança
É o sopro na ferida
Que alivia a dor.

Vento de mudança:
Nova esperança
Vento que sopra,
Na permita que eu sofra.

Céu Estrelado


Céu Estrelado

Como é linda
A luz delas
Como seria bem vinda
Se uma a mim
Fosse concedida.

Linda, distante, imponente
Transparece respeito
E provoca suspiros.

Perfeita, indiferente, prepotente
Transparece inalcançabilidade,
As musas de muitos poemas escritos.

Dá para se angariar
E tal beleza alcançar;
Todos querem um dia
Uma estrela se tornar.

Dá para sentir fomentar
A luxuria se alastrar,
Antes de mais outro dia
A sua beleza irão comentar,
O pedestal que lhe colocam
É advindo da inércia
De olhares que lhe focam.
 
Estão alimentando um leão
Que ainda comerá sua mão.

Angariando passo a passo
Seguindo um determinado compasso
A imagem que transparece ser
É na realidade...
Tudo que você pode ser
Pois é tudo que você quer ter.

É bem verdade
Que quem nasce ao avesso
Não tem a capacidade
De se tornar estrela.

É bem verdade
Que deve-se mutilar a humildade,
Deve-se deixar sua humanidade:
Um astro não tem a capacidade
De lembrar da humildade
Da qual advêm
Pois lhe convém:
“Sempre fora essa celebridade
Desde o início dos tempos.”

Um astro não tem a capacidade
De sorrir por um motivo
O seu sorriso deve ser o motivo alheio,
Motivo de se emocionar
De se apaixonar
E deste se escravizar
E se arrastar;
Pois todo o astro
Precisa de seus satélites.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Teocentrico ?!?


Teocêntrico ?!?

Nós tentamos com ânsia
A essa fome sanar;
O intelecto em fase de infância
Regrado de ceticismo e desesperança
E sempre incitada
A visão antropisada:
“Eu criei Deus
A minha imagem e semelhança”.

A fé cega de religiões
Não permitem sérias examinações
Livres exposições,
Essa falta de maturidade
Negando o falho
Em sua autoridade
É o fermento para o niilismo,
Para a incredulidade.

O seu dízimo
Nada é que uma indulgência
Que insulta nossa inteligência;
Dizem que é heresia
Deixar de acreditar...
Na Palavra de Deus
Não deve-se descordar,
Mas “irmão”
Pare para analisar:
As palavras de ouro que você tanto se põe a adorar
Foram por mãos humanas escritas.

De bonito, puro e santo
Só tem a fé do ignorante
Que às vezes chega a ser tocante,
É de dar dó ter que acordá-lo,
Desacomodá-lo
Realocá-lo...
Fora de sua zona de conforto,
Para ver o mundo “teocêntrico” que o cerca.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Fazer mais, falar menos


Fazer mais, falar menos

Havia certas situações
Que me colocavam a fugir
E o que me fez ruir
Foi não saber certas situações interpretar.

Não precisa dizer nada
Eu sei como
Ultimamente fora ruim;
Você nunca dormia num canto da cama
Para que soubesse
Que do outro lado
Há o espaço deixado
Pela pessoa que amava.

Eu sei que o tempo para certas coisas
Já é demasiado tardio,
Nada mais para mim importa;
Apenas, por favor!
Me abrace forte
Até que isso também morra em mim.

Estou cansado de rodeios,
Estou cansado
De ser o mesmo bumerangue arremessado,
Que retorna sempre
Ao mesmo ponto lançado.

Se é sempre o mesmo filme,
Por que será
Que eu ainda o revejo?

E pensar que você
Devia ter,
Por vezes a fora de conta,
Não se frustrou;
Quantas não pensou
Ter se enganado.

Você nunca desistiu de mim
Enquanto eu sempre desistia de outras.

Meu imaginário castelo de areia
Uma certa candeia
Mostrou-se ser
Um edifício sólido.

Estou cansado de rodeios,
Estou cansado
De freqüentar seções de sofrimento gratuito
Esperar meu par meu par perfeito fortuito;
Fugia o intuito
De cobiçar
Aquilo que os olhos podem alcançar,
E é hilário
Como existem idiotas
Que não sabem o que estão a perder.

Eu não direi
Que será diferente desta vez
Você já ouviu isso vezes demais
E se você está aqui...
Não é e nunca foi
Para me ouvir.

Não direi nada disso mais
Pois não sou mais capaz;
Prometer para não cumprir...
Jamais!

Eu não direi
Que será diferente dessa vez;
Eu o farei diferente.

E já que você queria
Que usa-se a boca não para dizer,
E sim para fazer;
Agora, eu o farei.