Roseira de Vidro
Assim como tudo que já foi lindo
E o tempo leva a beleza;
As nossas rosas estão hoje falidas
E todas as suas pétalas caídas;
Como tudo que um dia começa...
Um dia terminou.
Nosso amor que se finda
Deixa as tais pétalas falidas
E persistem as dores de espinhos
Coleções de feridas já conhecidas.
Eu estilhacei paredes de vidro...
Que estavam nos separando,
Mas nunca pensei que seus estilhaços
Poderiam estar um dia me machucando.
Eu nunca pensei que as rosas que nos jogaram...
Estivessem tão cheias de espinhos;
E por qual motivo queríamos tanto colecioná-los?
E ainda fazer questão e insistir...
Que todos eles estivessem a nos ferir.
Há sangue nas minhas mãos
E não é só meu,
Alguns estilhaços estão intrinsecados em sua epiderme...
Não são só seus.
Há espinhos cravados em ti
E não são só teus,
Conceda créditos grande parte destes
Certamente a minha pessoa.
Esse sangue nas minhas mãos denota crime,
Tanto quanto os estilhaços na sua mão é a arma;
Ambos culpados do mesmo crime:
Sofrer por amor.