inteiros e Frações

inteiros e Frações

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Sem Você

Sem Você...

Minha vida se tornou
Um triste degrade de tons de cinza
Sem a aquarela de cores
Que um dia foi seu sorriso.

Sem as pinceladas do seu amor
Para transformar a tela da minha vida,
Sinto que serei um vazio em branco.

Por ter dito verdades demais
Eu fui preso a trás de grades
Enjaulado e sem saída,
Fui encarcerado dentro do seu coração.

Ao passo que no meu coração,
Ouço sua voz chamado meu nome;
Chamando-me como num telefone sem fio...
Que nos liga.

Porém nestes dias sem você...
Minha vida se tornou uma primavera
Onde os pássaros se esqueceram
Como se faz para cantar.

Nessa sua ausência tenho pensado muito no passado...
Pensando em quantas coisas lhe ensinei,
Quantas verdades te mostrei,
Mas o maior professor naquelas horas era o amor.

Sem você tem sido horrível, 
Cada dia um novo martírio;
Pois estou sentindo um vazio...
Estou me sentindo incompleto,
Estou incompleto...
Estou mal...
Estou sem você.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Matando A Repugnante Vida Em Vida Longa A Sedutora Morte

Matando A Repugnante Vida Em Vida Longa À Sedutora Morte

Dão-lhe um tiro no meio da testa
Depois perguntam-lhe o nome, 
Em sentido literal ou figurado...
Você sempre age assim ante o desconhecido.
(E nem tente ser diferente!)

Nós queremos sempre soluções,
Quando na verdade
Somos parte do problema.
(Ou de todo ele?)

Nós somos os calados que reclamam,
Somos as balas que clamam
Que rasgam o breu do caos...
Arrancando o sangue de nossos próprios pés.

Insistimos em ser um erro crasso, 
Ídolo de si mesmo:
Fadado ao fracasso;
Roleta Russa de Vida onde a razão nega a fé
Tanto quanto a reciproca é verdadeira;
Parece apocalíptico demais para você?!
É justamente o que é:
A morte parece doce nessas horas onde a vida torna-se algo tão vil.




terça-feira, 13 de novembro de 2012

Sinto Falta

Sinto Falta

Eu não sinto a sua falta 
Porque você sempre esteve comigo, 
E talvez agora,
Muito mais do que nunca
(Posso sentir seu perfume no ar).

Eu não sinto a sua falta
Mas sinto falta
De ter alguém para mim
Alguém como você foi para mim.

Eu não sinto a sua falta,
Eu sinto...
Que a sua presença física me proporcionava
(E somente a sua...).

Eu até posso sentir o seu perfume,
Sentir o toque das suas mãos...
Que tatuam fundo no meu peito:
No cerne dos átrios e ventrículos do meu coração.

Quando sentir-me fraquejando
Sei que é sua voz sussurrando...
Palavras tão comuns!
Mas que em sua voz...
É ópera orquestrada, 
E me faltam pálpebras
Para serrar olhos marejados.

Qualquer um maldiria do destino que nos separou
A vida que ao egoísmos desagradou;
No Livro da minha Vida,
Na pagina dedicada à você... o vento virou, 
Mas ainda assim agradeço por tudo que passou.

Pois mais vale o aperto da saudade quanto ao passado
Do que não ter ao teu bem experimentado.

Eu não sinto a sua falta;
Mas sinto falta...
Sinto falta do bem que
Só você me fez.



sábado, 27 de outubro de 2012

Apenas Um Homem

Apenas Um Homem

Eu sou apenas um homem:
Eu sempre fecho os olhos ante a dor, 
Como num ato reflexo.

Eu sou apenas um homem:
Eu tenho planos, 
Eu necessito planejar ter sempre mais...
 Que o necessário para se sobreviver;
Eu tenho planos para aprender
utras maneiras de se viver.

Sou variável em constante mutação, 
Sou carne e ossos,
Apenas e tão somente...
Humano.

Eu tenho planos que um dia possam dar certo,
Sou carne e sangue,
Não sou tão forte quanto pareço.

Eu sou apenas um homem
Que precisa apenas do necessário;
Mas é mais...
Há um universo de coisas que anseio,
E nenhum desejo me parece ser desnecessário.

Osso e sangue,
Apenas e tão somente... Humano;
Apenas e tão intermitente...
Ou então simplesmente:
A encarnação do engano.

Eu sou apenas um homem:
Fecho os olhos frente a dor,
Porque eu sei que não sou assim...
Tão forte.

sábado, 6 de outubro de 2012

Despedida Não Dita

Despedida Não Dita

Se eu soubesse que seria a derradeira despedida,
Se soubesse que seria para todo o sempre,
E não como sempre...
Mais um "até logo";
Pode ter certeza:
Eu queria poder ter dito muito mais do que um "adeus".

Queria poder ter um momento
Em que soubesse que seria o Momento Final, 
Para que o nosso final não fosse assim tão reticente.

Eu queria o poder de viver no nosso passado,
Queria o poder de mudar 
O que a história fez errado;
Queria que não fosse o fim,
Ou mesmo que fosse...
Que eu pudesse dizer mais uma vez que te amava, 
Que pudesse sentir sua macies,
Ouvir tua voz sussurrante
Ver aquele olhar penetrante que me arrepiava.

Quiçá meus Deus, 
Quando eu também se for
Esse último adeus
Se torne um menos sofrido:
"Até breve, Meu Amor!"

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Pelo o Que Vale a Pena Matar?

Pelo o Que Vale a Pena Matar?*

Para todo lado que você olha se vê morte:
Nos olhos marejados dos vivos,
E no olhar perdido dos mortos;
No futuro das crianças 
E no presente de homens e mulheres,
Todos servidos da sopa de sangue
Mas não temos colheres.

Todos se acham protagonistas,
Mas apenas coadjuvantes em imensas matanças,
Apenas figurantes 
Para os inalcançáveis.

Desde a primeira respiração
Até o ultimo esboço de contração...
Do seu coração, 
São os Alheios à Zona de Conforto:
Os verdadeiros condenados...
Antes mesmo que se houvesse crime,
O transeunte de calçada que ainda não sabe que está morto.

Morrendo como um pária,
Quando muito um terrorista,
Enquanto o seu carrasco é o grande ativista...
Do maior de todos os pleonasmos:
"A Guerra ao Terror".

Indignação:
Ele é considerado o parasita...
Quando é parasitado,
Ele será fuzilado...
Se não permanecer submisso, omisso e calado.

"Pelo o que vale a pena matar?"
-Ele se pergunta todas as noites...
Ao som dos bombardeiros
Que sobrevoam e fazem voar...
A sua casa.

Então,
Eis que ele encontra a resposta:
Vale a pena que se possa matar
Para que se possa ao petróleo refinar;
Vale apena matar
Por quilates em pilhagens;
Vale a pena matar
Pois a terra hoje grilada foi regada...
De sangue,
Pois que rende muitas e vastas pastagens.

Enquanto alguns poucos puderam
Fazer suas Gerras de Independência com sangue,
Ele, ao meio a sinfonia de bombas
Que sobrevoam sua casa
Não poderá nunca lentar sua voz...
Ele é uma ave sem nenhuma asa.

Alheio ao direito de viver,
Ele arrasta-se tetando sobreviver,
E é obrigado a ver:
Aquela farda...
-Aquela representação anglo-saxônica de poder
Desgraçar sua mulher.

Ele é forjado no fogo da desgraça
Com "D" maiúsculo,
Ele é o produto do meio
Concebido em um contrato de terceirização...
O único produto no mundo que carrega exclusivamente em si,
O risco de si mesmo.

Ele é forjado no fogo da desgraça
Com "D" maiúsculo,
Na forja do rancor...
Seu potencial se faz minúsculo,
Mas que agora se maximiza.

Ele é para si próprio agora, tudo que Lhe resta
E Ele se carrega,
E posto que tudo que ele carrega é ódio...
Pronto para se descarregar.

Pelo o que vale a pena matar?
Por dólares à mais?
Por pilhagens à mais?
Pelo poder a mais?
Ou será que vale a pena matar...
Para não ser marcado para morrer?
Para não ser condenado à uma vida de morte?

Pelo o que vale a pena matar?
Pela sua camiseta de poliéster,
Ou um ideal de liberdade?
Qual valor pesa mais?

Seja como for,
O seu sapato hoje fechou a cotação em alta:
Hoje ele vale mais do que os milhões...
Que morreram para confeccioná-lo.

Porque o hoje foge-se tanto do plausível?
Como ainda hoje é cabível considerar...
O quão vale a pena matar?

*Os Estados Unidos lucram bilhões com o mercado bélico e a extração de petróleo no Oriente Médio, você deveria buscar SABER como.



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Palavras

Palavras

Eu descobri novas Palavras
Descobri Palavras guardadas em caixas deixadas às traças,
Palavras empoeiradas.

Minhas palavras vivem através de mim,
Palavras que fazem chorar
Palavras que te fazem acreditar
Palavras que podem fazer-lhe sentir...
De volta ao lar;
Palavras que são voz da alma.

Palavras em ditongo
Ou palavras em tritongo,
Palavras que geram ressonância e estrondo...
Moral ou banal?

Significados livres ou guardados,
Prontos para o uso
Ou usados e amarrotados, 
Veículo de transporte de ideias...
A faculdade de se expressar.

Ideia transvestida de fonema,
Há quem diga que na Árvore do Fazer-se Entender
 Ela seja o florema,
Há quem haja como se a Palavra...
Fosse apenas xilema. 

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Nos Vales Escuros da Alma

Nos  Vales Escuros da Alma

Esperança...
Para um novo começo,
Tempo...
Para esquecer o que conheço,
Distância...
Para fugir do que desconheço.

Perdido em um mundo escuro e silencioso,
Triste e sem vida...
Sufocante e perigoso;
Um cenote tão lúgubre.

Na Noite da Alma há Relâmpagos...
Relâmpagos que cortam os céus como velhas cicatrizes,
E seus Trovões como ameaças urradas de tão distante,
Eles não detém que qualquer um se encante
Mesmo que por um instante,
Só para admirar ou ter pena desse breu imponente...
Eis que é propriedade privada de um ser impotente, 
Sim é este...
O mais Infinito mais Escuro e Reticente.

Dê-me esperança...
Para um novo começo,
Dê-me distância...
Para esquecer o que conheço,
Dê-me tempo...
Pra fugir do que desconheço.

O céu de ideias está desligado
E ninguém acende a luz da sala
Para que eu pudesse enxergar a porta;
Esse escuro que dá sono ao corpo,
Preguiça na vontade...
E insônia no espírito desacordado.

Preso em um limbo 
Num escuro calado,
Os raios de sol não atravessam...
Meu céu nublado.

A boca que fala
Pode ser perfeitamente...
Um espírito calado;
A boca que beija 
Pode ser muito bem...
A boca que deveria ser escancarada.

Nem sempre o bem estar que aparece,
Não é tanto quanto a felicidade que se esquece
Mas a um sorriso ainda parece
(Até quando?)

Eis aqui...
A máscara que acontece:
Como queimadura de eletrexecução:
Queima e destrói
De dentro para fora.


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Quando o Mortal se Engraça e se Desgraça por uma Deusa

Quando o Mortal se Engraça e se Desgraça por uma Deusa

Há raros momentos na vida
Em que você percebe
Que bendito é o cego,
Que não sofre de amores por uma beldade, 
E esta, dissimulando com certa maldade,
Desfilando charme, beleza e tortura...
Não é o cego que a sente.

Essa é a história 
De mais um eu lírico fracassado:
É o que lerão a melhor tradução do que acontece
Quando um mortal se engraça 
E se desgraça
Por uma deusa:

Se tendes o amor dEla,
Tendes então tudo...
Tudo que se pode imaginar
Tudo que se pode desejar...
Sobre a Terra;
Possuirá por excelência 
Não a maior de todas as pérolas, 
Mas um colar de outras como ela
Só que essas muito mais belas.

Porém, 
Se não tendes o amor dEla,
Saibas então Tu:
Para ela estar a teu lado é o ato de depositar
Todo o tesouro de sua beleza
E deixar ele estar...
Deixar o tesouro dela ao lado de vermes;
O Limo de Quina de Parede-que para ela és Tu

Bem aventurado...
Todos aqueles que não puderam enxergar
E conseguiram escapar 
De deixar-se enfeitiçar;
Mas Tu, dono de pouca sorte,
Tu pois que enxergando acabaste por ser condenado,
Ai de Tu!
Pobre criatura ludibriada...
Pobre vida enganada.

Mas por qual motivo,
Não sede piedosa ainda, Linda Beldade?
Faça cessar 
A dor que a outrem vem atormentar.

Nosso Querido Desgraçado..
Eleva-se aos Vossos Pés a voz, 
Pois ele reconhece sua mister beleza,
Pedindo que, com mesma realeza
Deixe de exercer sua frieza.

Anjo de Beleza,
Nosso eu lírico sabe que deve ser difícil,
Parece às vezes ser impossível,
Saber que não há alguém
Que queira de Ti algo mais além...
Do que a Tua perfeita forma escultural.

Mas Ele, 
Nosso Mister Desgraçado Abestalhado,
(Ele que até a Dó chorou de pena)
Lhe professa apaixonado;
Ele é o espectador mais assíduo de todos os teus predicados,
Dos mais pífios até os mais caros.

Agora pois Tu, Caro Sofredor
Que procura entender mas não consegue compreender;
Compreenda agora que, o que foi feito para se ver
Só tem a capacidade de nos outros despertar...
O desejo de ter.

Os Profetas das Tentações
Só tem seu sentido existencial
Em fornecer-lhe o mal,
E de Lhe fazer, desgraçado como estás,
E morrer de sofrer.

Eles só tem sentido existencial
Em Lhe provocando a miséria total,
Sendo que seus meios
São todos impessoais:
Uma vez que só se interessam por si,
O que achas que sobrará para ti?

Eles nunca ligarão para seus iguais;
Tanto quanto mais
Para os seus desgraçados amantes mortais.

Saibas Tu,
Desgraçado Amante Adorador Fiel:
De deuses cruéis e infiéis...
O olimpo está cheio;
Eles não passam de pedaços de carne e ossos...
Dotados de grande estética, bem vistosos
E que por Ti são "idolatrados",
E que tantos outros como você...
Já tentaram canonizar.

Faça um favor a si mesmo Jovem Desgraçado,
Aprenda a lição de amor do dia:
Nenhuma deusa se interessa por aqueles que
A si próprios não considerarem deuses também. 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Eu sei que isso dói

Eu sei que isso dói

Eu havia dito-lhe que isso não é viver,
Mas você insiste em continuar...
Insistir em se torturar,
Se machucar.

Eu sei que corta como uma lâmina de espada, 
Eu sei que se sente explodir e estilhaçar...
Como uma granada;
Eu sei que sentimentos machucam.

Eu sei que isso lhe crucifica
Situação que humilha 
E desespero é tempero que à dor intensifica.

Eu sei que isso mortifica
Se sente revoltadamente calada,
Sente-se atravessada por raiva, ódio e dor...
Como se por elas tivesse sido empalada. 

Você quer que lá esteja quem se ama...
Lá no seu caminho,
Quer que ele lhe abrace...
Com muito carinho,
Mas o único abraço que receberá será amargo:
O abraço apertado do descaso,
Parecido quando se é fechado numa Donzela de Ferro*.

São perdidas além das contas as vezes que lhe disseram...
Talvez nunca tome ciência dos esforços que lhe fizeram...
As pessoas que realmente lhe amam,
Ação em vão que tentou sanear seu coração; 
Todos aqueles que queriam você...
 Não caindo nessa depressão sabem:
Tuque que te machuca
E que isso dói.

*Instrumento de tortura medieval.




domingo, 22 de julho de 2012

Roseira de Vidro

Roseira de Vidro

Assim como tudo que já foi lindo
E o tempo leva a beleza;
As nossas rosas estão hoje falidas
E todas as suas pétalas caídas;
 Como tudo que um dia começa...
Um dia terminou.

Nosso amor que se finda
Deixa as tais pétalas falidas
E persistem as dores de espinhos
Coleções de feridas já conhecidas.

Eu estilhacei paredes de vidro...
Que estavam nos separando,
Mas nunca pensei que seus estilhaços
Poderiam estar um dia me machucando.

Eu nunca pensei que as rosas que nos jogaram...
Estivessem tão cheias de espinhos;
E por qual motivo queríamos tanto colecioná-los?
E ainda fazer questão e insistir...
Que todos eles estivessem a nos ferir.

Há sangue nas minhas mãos 
E não é só meu,
Alguns estilhaços estão intrinsecados em sua epiderme...
Não são só seus.

Há espinhos cravados em ti
E não são só teus,
Conceda créditos grande parte destes
Certamente a minha pessoa.

Esse sangue nas minhas mãos denota crime,
Tanto quanto os estilhaços na sua mão é a arma;
Ambos culpados do mesmo crime:
Sofrer por amor. 

domingo, 8 de julho de 2012

Verdadeiros Laços de Família

Verdadeiros Laços de Família 

A maior desgraça que acometeu
Foi ter a impura consanguinidade:
O sangue mesmo que o seu.

Minha maior cicatriz, 
A maior vergonha que me abateu
Foi ter a maldita face...
Parecida com a sua.

Toda palavra é um novo ranço,
E com cada frase que dizes que me canso.

Me sinto como o culpado
Que não pode rever a sentença,
Me sinto violentado
Quando defendo minha crença;
Por qual motivo tudo de diferente em mim...
Poderia ser a mais biltre doença?

Eu seria para você tão diferente assim?
Será que conseguem perceber...
Que possa eu ser sua maior chaga?
( E visse versa ).

Meu comportamento fleumático
É profilaxia adequada à todo ato meu que seja...
Psicótico somático
- De mim para ti
(E visse versa);
Tal que seja uma relação deletéria
Uma que assim seja, quintamente qualificada.

Tirarei teu sobrenome das minhas costas,
Para não mais sentir
Estes grilhões que estão a me aprisionar.

Eu aprendo hoje com nossos erros,
Para que com os mesmos
Não cometa nunca, jamais;
E para que meus novos laços de família...
Sejam bem diferentes dos atuais.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Veneno Amargo

Veneno Amargo

Há uma crença
Que cresce com a indiferença,
A apatia que nasceu
Dada à felicidade que apodreceu,
E foi a soberba quem matou.

O orgulho julgou adjetivar
As uvas roxas...
Tão verdes, tão verdes.

Ser tatuado pelas vontades 
Que o dia se quis,
Torturado por decisões
Que ao fazer esperançava final feliz.

E poderia ser muito mais...
Do que é, 
Mas as juras que se faz
De um futuro alheio a possibilidade de se machucar;
É um impossível concreto demais...
Quando o assunto é amar.

A indiferença 
Não deixa olhar para trás,
Ela não permite que se faça diferença.

A apatia que nasceu
Foi através da vaidade que cresceu,
E o orgulho, a este também  ajudou a criar
A cada dia lhe fortalecendo.

Perdoar, esquecer, amar...
O final que o fraco esperou pra se submeter?
É preferível que às uvas roxas 
Vir a adjetivar estarem ainda tão verdes.

Com o olhar sempre reto,
Com o nariz sempre apontando para o céu.

Ninguém mais chora por você,
Porque ninguém investe
Naquilo que nunca irá crescer.

Ninguém aposta...
Naquele que não quer vencer.

sábado, 26 de maio de 2012

Cicatrizes

Cicatrizes

Você se arrasta...
Você se rasga...
Se afasta.

Você vive, sobrevive...
Se desgasta;
Você atura, convive...
Se satura, se sutura. 

Se o tempo é a faca
Que corta e rasga,
Mostre-me suas cicatrizes.


Se o Comum 
É a focinheira que inutiliza sua boca,
Discorra sobre quão ela é oca,
Diga como ela lhe sufoca...
Me mostre onde ela te marca.

Você se rasga...
Você se arrasta...
Se afasta.

Você sempre sobrevive por um tris 
Torturado e acuado,
Reprimido e julgado,
Diminuído, escarrado;
Condenado ao ferro e fogo pelo que diz;
Conte-me a história que se tem...
Respectiva a cada cicatriz.


terça-feira, 22 de maio de 2012

Olhe Além do Mar

Olhe Além do Mar

Deixe que o apoio caia
Batendo sobre as pedras em seu caminho,
Deixe que o sol saia
E as nuvens não tornem mais aquele campo enegrecido,
Não seja a vontade de um passado envelhecido
Seja um novo homem com seu propósito bem enrijecido.

Levante seu olhar
Perdendo sua visão no infinito da vida....
Como se estivesse vislumbrando o mar.

Levante seus olhos,
Olhe:
Contemple o céu que se abrirá.

Elevando o seu olhar
Até o infinito mar
Poder-se-á observar
Num ponto adiante,
Onde o horizonte promove divisa,
Sua mente sente, calcula e avisa:
Além do que a visão pode alcançar
Lá jaz o lar de esperanças e medos.

Olhando e contemplando o mar
E seu infinito horizonte sem nunca terminar, 
Você perceberia o fino fio do destino?
E mais distante quem sabe...
Lá jaz em algum lugar
Temporais para lhe atormentar?

As ideias lhe jogam e lhe prendem em teias
Você sente o torpor lhe adentrar
Sente ele lhe envenenando,
Percorrendo veias;
Sente o cansaço lhe curvar,
Lhe forçando a apoiar.

Porém mais do que parece infinito,
O mar não o é,
E se escondem o que seria verdadeiro infinito...
O tempo um dia lhe tornará tudo visível:
E quando materializa-lo incrivelmente
Lhe dá forças para levantar...
Não haverão mais encostos.

Levante e olhe:
Além desse mar...
Ainda existe um oceano inteiro.





quarta-feira, 16 de maio de 2012

Amor@virtual.com

Amor@virtual.com

Meu coração se irrompeu de repente...
Se irrompeu estranhamente...
Num agitado descompassar;
Foi quando vi sua foto
Naquele avatar.

Cada dia que passava
Eu sentia e sabia que estava...
Por você apaixonado.

E quando você atualizou seu avatar,
Aquela foto: uma gif a se movimentar
Sem nenhum "tratamento de foto",
Uma beleza que meu esforço conseguiu...
Fazer com que atualizasse no seu perfil:
"Em um relacionamento sério" comigo.

Você hackeou a senha...
Do meu coração,
E depois de feito o login...
Me deixou na mão;
Adicionou um novo contato,
Se envolveu com um garanhão
Jogou meus sentimentos na "lixeira"
E depois excluiu.

Você ocupou um lugar especial no meu coração:
Foram 8Gb de memória ocupados...
Só de lembranças suas,
Em formato MPEG de alta resolução.

Terei que me "desfragmentar"...
Vou precisar "restaurar o sistema".


domingo, 13 de maio de 2012

Estranhos

Estranhos

Quando você fala com ela
Apenas vê o próprio reflexo
Nos olhos dela
Ouvi sua voz ecoar
É como estar
Conversando sozinho...
Sozinho.

Eu queria poder saber
Que teria seu ombro
Para poder chorar,
Queria ter sua presença
Em qualquer lugar...
Qualquer lugar para chamar de lar.

Você se olha no espelho
E o próprio reflexo não consegue reconhecer.

E me lembro de verões a trás
Onde cada um de nós 
Já foi realmente capaz
De amar uns aos outros 
Como iguais.

É realmente pensando nisso
Que você consegue perceber:
A indiferença dela
Não é a única que te faz sofrer.

Lembro de um tempo;
Parece que foi a tanto tempo...
E eu sei que essa lembrança
De mim não desapegará...
Nunca me deixará;
É a sombra mais negra
Que me acompanhará
Até o meu fim.

Essa lembrança
Se materializa como um negro tão escuro....
Mostra-se como a minha própria sombra.

É nessas horas
Que você consegue perceber:
A indiferença dos outros
Não é a única que te faz sofrer.

Ninguém nunca me disse...
Na minha alma nunca ecoou,
Algo que sempre me magoou
Fora impossível que se ouvisse
Alguém dizer que me amava
Impossível alguém dizer algo,
Qualquer coisa que fosse,
 Além de balas em bocas.





segunda-feira, 7 de maio de 2012

Eu Sou Poeta

Sou Poeta

Feche os olhos,
Eu tentarei lhe encontrar;
Quero lhe mostrar
Ensinarei a abrir seus olhos
Em plena primavera.

Eu sou mais um caminho para lhe fazer bem,
Eu nasci das letras
Para ser uma poesia somente para seus sentimentos.

Você nasceu para sentir,
Ao passo que eu nasci para lhe fazer sentir,
Para lhe abrir a cabeça
E deixar que se encante
Deixar que se encontre.

É tão barato lápis e papel,
Porém, mesmo assim é muito caro:
Pois quando eles descortinam o véu de sensibilidades...
E marcar o papel com mais que grafite.

Muitas vezes,
Eu lhe provoco o choro...
Que você não encontraria ombro para chorar.

Eu já fui tantas vezes....
A ausência de um mapa
Que tem um "X" em algum lugar
Que você pudesse chamar de lar.

Todo dia tentando fazer...
Fazer tantas pessoas entenderem;
Sempre buscando transcrever
Tudo que sentem.

Eu manipulo...
Eu iludo...
Eu sou o poder
Eu sou a força que fazem pessoas mudar,
Que põe mudos a cantar
Que põe brutos e insensíveis a chorar.

Eu irei te colocar
Na direção de acreditar,
Te fazer sentir...
Fazer amar.

Eu nasci das letras
Para ser somente
Uma poesia para seus sentimentos.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Bem Vindo ao Jardim do Éden (Nova Maneira de Morrer)

Bem Vindo ao Jardim do Éden (Nova Maneira de Morrer)

"Essa é mais uma paródia,
Mais uma piada,
São pensamentos doentes,
Fragmentos de mentes,
E conversa fiada...
Tanto quanto sua vida o é."

Estouro demográfico está aí
De lado a lado,
Pessoas se abarrotando aos milhões
Enquanto se está calado
Esperando a morte em túmulos de cifrões.

Em seus segundos finais
Há uma bomba relógio que toca 
E ninguém se incomoda,
"Danos fatais?!?
Já vimos esse filme amigo...
Vezes demais."

Vou lhe dizer meu rapaz
Como é que se faz,
Algo singular,
Não há nada igual
É um tutorial bem legal
De uma nova maneira de morrer.

Dementes canibais se acotovelam,
Os egoístas nunca se ajoelham
Ao correto e bom senso,
Eles fecham os olhos para não ver,
Tapam os ouvidos para não ouvir,
E chorar é só o que sabem fazer.

Em um útero de discórdia 
Está para nascer
Cada vez mais prematuro...
O grito de dor de um futuro
E fortalecer o ideal
Que já é muito maduro:
Toda esperança se foi.

Porque aqui é o Jardim do Éden,
Onde você sempre tem algo para se apegar,
Uma algema de tentações a te prender,
Está a se autodilasserar...
Sempre está a se perder,
Você nunca irá saber
Se está  vivendo
Ou está  morrendo.

terça-feira, 13 de março de 2012

Calendário

Calendário

Segunda-feira:
Os primeiros leões para matar
Muitas batalhas a brandir;
Há ainda resquícios do final de semana 
Para sorris
Boas coisas para se lembrar.

Terça-feira:
Cansado,
Mas deveras muito ainda descansado,
"Matar um leão por dia"
Era esse o combinado,
E se hora extra eu faço
Saiba que algo especial
Me colocou assim motivado,
E toda noite me são apresentados...
Novos motivos;
Eles me sustentam
Se não me despedaço.

É a presença de alguém especial
Que me deixa motivado,
Alguém especial 
Que me deixa encantado.

Quarta-feira:
Cansado e descansado,
Ambos bem contrabalanceados 
São nessas horas que se é contestado,
São nessas horas 
Que se é tentado.

Mas há algo especial
Me esperando em casa todas as noites
Que me mostra que vale a pena viver
Viver para matar
Mais alguns leões.

Quinta-feira:
Apreensão é a sensação
"Nascer aposentado",
Era essa a minha intenção
Minha chama agora é somente brasa,
Mas a esperança do final de semana
É o querosene que transforma 
Minha brasa em chama.

Sexta-feira:
Grito de liberdade,
Ultimo contratempo ante a felicidade 
Dominado pela ansiedade.

Sábado:
Protagonista de dias incríveis
Realização de momentos inesquecíveis 
Por tudo que se luta há recompensa
E a que eu estive a semana inteira esperando
Essa sim, compensa!

Domingo:
Ela vai dançar comigo,
Vai fazer que eu a ame
O melhor que eu consigo,
Vai dizer palavras indecentes...
Aquela voz atraente que eu sigo
E que me leva 
Até um ninho de completude,
E amor de infinita amplitude;
Sempre foi ela 
O combustível dessa minha atitude.

Só ela tem a capacidade, 
E com que facilidade,
De me fazer aturar 
De permanecer e perpetuar,
De fazer perdurar 
Semana após semana, 
Esse meu incansável calendário.

domingo, 1 de janeiro de 2012

4:45 a.m.


4:45 a. m.

Sinto em meu coração
Não conseguir mais sair
Dessa situação.

Sinto-me derrotado
Sinto-me quase morto
Não sei se consigo a isso protelar,
Não sei quanto mais posso me arrastar,
Não quero mais continuar.

Eles sabem
Que não poderei dizer,
Não depois de morrer.

Seus segredos vão se manter;
Ninguém além deles
Irão realmente saber.

Eu terei de qualquer jeito ir
E se for como um mártir,
Talvez a verdade que lhe deixo
Possa talvez progredir.

Mesmo se livre estivesse
Mesmo que neste fim eu contivesse..
A minha visão,
Não enxergaria
Uma boa previsão.

Uma bala exclama por mim
Vinda de algum lugar
Grita e exclama,
Ao meu nome chama...
Ao meu sangue e vida clama.

Sim,
Eles vieram matar a testemunha,
Mas não!
A verdade nunca perecerá...
Ela estará todo tempo lá.

Um dia ela corroerá...
Amarras de aço,
Esse mostrará...
Assim como um galo que inevitavelmente
Canta na madrugada.