inteiros e Frações

inteiros e Frações

sábado, 29 de outubro de 2011

Promessas


Promessas

Nós somos agentes de belas mentiras
Essas são as mesmas faces
De trapaceiros passados
Eles dizem que ficará tudo bem
Eles rezam palavras de um futuro
Muito próspero também.

Sangue pela sarjeta escorre
Junto a lama de sujeiras literais
Mas o que nos suja
São esperanças e palavras
Frutos de ilusões fatais.

Eu estava lá
Quando era moda usar
Uma estampa a despojar
Toda a revolta que se podia expressar
Alguns diziam:
“A paz viverá para sempre”
E outros à estes pôs a silenciar...
Eternamente.

A moral pela sarjeta escorre
Junto de sujeiras figurativas
Mas o que nos suja
É o sangue de nossos filhos
Como perdas de uma guerra
De conflitos de interesses
Que sempre nos ferra.

Eu estou aqui
Reparando no ódio que estamos cultivando
Olhando a morte que estamos alimentando
Em nome de mentiras
Em nome de palavras mortas;
Por promessas.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Nós Morremos Jovens


Nós Morremos Jovens

Desde quando nascemos
Estamos sujeitos
De externos efeitos
E é sempre pela mesma doença
Que nós morremos.

 Nasce-se puro
Nasce-se burro ignorante,
Mas é a partir do primeiro choro...
Desde de o primeiro instante
Eles irão matar sua individualidade
Sua capacidade
De ser diferente;
Será uma briga incessante,
Porque a todo instante
Na ampulheta do tempo
Seu espírito morre
E o que sobra escorre
Para o ralo chamado:
Senso Comum.

Sem identidade
Sem personalidade
Cérebro sem a capacidade
De ter criatividade.

Nós morremos jovens
E nossos pais nem lembram
De nossos rostos,
Porque os fatos a essa altura
Nos mostram que
Nós nascemos na sepultura.

Depois de mortos
Nossas almas se transformam
Em emaranhados de códigos de barra.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Bem Vindo ao Jardim do Éden (Apocalipse)


Bem Vindo ao Jardim do Éden
(Apocalipse)

A Mão dos Fatos e Conseqüências
Está se norteando
E é pra você que Ela está apontando.

Sabido é seu “como”
O seu “quando” e o seu “porque”,
Sabe-se também
As catastróficas conseqüências,
Resultando em desgraças
Em seqüência;
Mas o botão do “dane-se”
Que move essa Mão
Não pode ser detido
Não pode ser contido;
Pois a outra Mão
Que aperta esse botão,
É a Mão
Da ignorância humana.

Mais um Ciclo de Produtos acabou,
O prazo espirou...
Para o produto “Ser Humano”.

A verdadeira podre maçã somos nós,
O fruto proibido
Foi a nossa própria língua.

Os horizontes não são mais
Os mesmos que outrora fizeram
Palpitar o coração de outros mortais,
Isso porque os anjos estão dos céus a cair,
Queimando e caindo,
Eles riscam os céus...
Queimando e ruindo,
Eles estão em chamas
Por causa do aquecimento global.

A cura para uma juventude
Que é entediada e doente,
É a química transcendente
E criticar o sistema
Onde vive abertamente,
Para adora-lo
Como a Mamon... secretamente.

Nós amarramos nossas mãos
Que Deus veio afrouxar,
Mas demônios de ganâncias
Vieram aos nós reatar
Vieram aos nós reapertar.

De lado à lado
Vê-se crianças crescendo
E a dor cedo de mais conhecendo
Torna para elas a voz da fraternidade
Um silêncio calado,
Um nome amaldiçoado,
Sem significado.

Nós vivemos nesse lugar
E neste nosso lar,
Você sempre tem algo para lhe afundar.

Prepare o velório antes da morte;
Nós apostamos contra nossa própria sorte
De poder fugir novamente da morte,
Estamos presos em regime fechado
Na penitenciária Jardim do Éden.

Neste eclipse
Onde se escurece e se obscurece
A moral humana padece,
Onde queima-se e consome-se o apocalipse.

É o fim de uma espécie arcana
Ou de sua sociedade mundana?

Aqui no Jardim do Éden,
Você sempre tem algo para se apegar,
Uma algema de tentações para lhe prender;
Está a se auto-dilasserar
Sempre está a se perder,
Você nunca irá saber
Se está a viver
Ou se está a morrer.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Crianças


Crianças

Vendendo-me por algumas moedas
Assustado com o próprio reflexo...
No espelho;
Atrasado para tudo
Sem tempo para todos,
Sou o atrasado e falante coelho branco.

Eu sou uma criança em prantos,
Jogada pelos cantos,
Que morre aos poucos pelos cantos...
Pelos cantos e sozinho.

Tem-se um paradigma
Difícil de se quebrar;
Na verdade:
É uma quebra impossível.

Frustrado, irritado e cansado,
Tentei que isso fosse descartado,
Mas isso não pode ser arranjado.

E você nunca parou para pensar,
Certamente quando o fizesse, iria se assustar;
Quando soube
Que nós todos somos iguais.

Nós somos crianças em prantos,
Jogados pelos cantos,
Que morrem aos poucos pelos cantos...
Pelos cantos e sozinhos.

Tomada de Visão Humana


Tomada de Visão Humana

Até onde se detêm a humana aparição
Há a impressionível utilização
De meios e objetos artificiais.

Onde o pratico estende seu véu
Destoa o sentido das coisas
Destoa suas finalidades
Suas utilidades
E desordena e confunde
O verdadeiro sentido e começo
De toas as coisas.

O olhar daquele único que pôde
Aprender o modo de ação da Natureza
Está voltado com grande frieza
Para o lucro a alcançar
Essa é a verdadeira
Tomada de visão humana.

Até onde se detêm o humano coração
Há a impressionivel utilização
De sentidos e sentimentos
Ambos artificiais
Ambos em sento
De contra-mão
Focalize seu olhar com mais precisão
Essa é mais uma
Tomada de visão humana.

Discutir a dos anjos sexual opção
E a de demônios canonização
E quem deve deter a permição
De realizar uma limpeza étnica
Com alguns megatons;
Essa é a verdadeira
Tomada de visão humana.

Astigmática
Um pouco turva, emblemática
Míope
De uma moral deturpada e medíocre
E o embaçar que lhe parece poeira
É catarata
Somada a uma viseira
De nome egoísmo
Formam uma tomada de visão
Que a mim torna-se familiar
Basta sem os olhos humanos olhar
Para poder-se-á enxergar. 

Casca Vaiza


Casca Vazia

Eu sou apenas uma casca vazia,
Você roubou tudo
Que dentro de mim existia,
E negou promessas
De tudo aquilo que nele cabia.

Eu sou apenas
Mais uma casca vazia
Um lugar vazio
Onde ecoa um choro
Vibrando em coro;
Não me faz esquecer
A loucura dessa dor.

Não vou mais
Chorar por você,
Pois não cabe mais você no meu coração,
Minha mente sente...
Já está crente
De que quando você afunda
Também me afoga;
É uma loucura da qual
Não consigo ficar são.

E eu sei que posso ficar legal
Consigo superar
E voltar ao normal
Se você for capaz.

Se essa vida de rancor continuar,
Eu sei que você pode entender:
Eu me sinto melhor se morrer.

Eu sei que posso ficar legal,
Consigo superar
Se você se calar,
Se parar de ecoar...
Se seu nome parar de ecoar
No meu vazio.