Pandêmico Amor
Febres e ânsias,
Abaixaram suas defesas...
De seu sistema imunosocial;
Se debilita
Perante infecções infinitas.
Sintomático reajuste,
No bater dos corações
Um grande frenesi
Configurando grave disritmia.
É renascimento do velho
Em novas ações,
Transformando todos os indistintos ruídos
Em novas canções.
Contágio de infectuosidade rápida,
Ultrapassa fronteiras
Com uma vontade concisa...
Ávida.
Adaptação em organismos novos,
A cada dia se operam sempre para melhor,
Tornando-se sempre maior
Para poder se dividir e reproduzir,
Se disseminar,
E ainda, eles vão a você infectar.
Não importa qual seja o antibiótico que vá usar,
E nem qual profilaxia possa apresentar.
Meso que não tenha notado,
Ele sempre esteve em você
Oculto e incubado...
Por um longo tempo.
Não importa qual seja o antibiótico que vá usar,
E nem qual profilaxia possa apresentar,
No final das contas
Um dia ele vai te infeccionar,
E num grande abraço quente,
Ele vai ti fagocitar.
Quando dele estiver já tão doente...
Você vai entender
E vai até gostar,
Você vai até desejar
Que estivesse a mais tempo doente.
O prazer de se contaminar,
E poder desfrutar...
Desfrutar muito mais tempo...
Deste pandêmico amor.