inteiros e Frações

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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Nos Vales Escuros da Alma

Nos  Vales Escuros da Alma

Esperança...
Para um novo começo,
Tempo...
Para esquecer o que conheço,
Distância...
Para fugir do que desconheço.

Perdido em um mundo escuro e silencioso,
Triste e sem vida...
Sufocante e perigoso;
Um cenote tão lúgubre.

Na Noite da Alma há Relâmpagos...
Relâmpagos que cortam os céus como velhas cicatrizes,
E seus Trovões como ameaças urradas de tão distante,
Eles não detém que qualquer um se encante
Mesmo que por um instante,
Só para admirar ou ter pena desse breu imponente...
Eis que é propriedade privada de um ser impotente, 
Sim é este...
O mais Infinito mais Escuro e Reticente.

Dê-me esperança...
Para um novo começo,
Dê-me distância...
Para esquecer o que conheço,
Dê-me tempo...
Pra fugir do que desconheço.

O céu de ideias está desligado
E ninguém acende a luz da sala
Para que eu pudesse enxergar a porta;
Esse escuro que dá sono ao corpo,
Preguiça na vontade...
E insônia no espírito desacordado.

Preso em um limbo 
Num escuro calado,
Os raios de sol não atravessam...
Meu céu nublado.

A boca que fala
Pode ser perfeitamente...
Um espírito calado;
A boca que beija 
Pode ser muito bem...
A boca que deveria ser escancarada.

Nem sempre o bem estar que aparece,
Não é tanto quanto a felicidade que se esquece
Mas a um sorriso ainda parece
(Até quando?)

Eis aqui...
A máscara que acontece:
Como queimadura de eletrexecução:
Queima e destrói
De dentro para fora.


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Quando o Mortal se Engraça e se Desgraça por uma Deusa

Quando o Mortal se Engraça e se Desgraça por uma Deusa

Há raros momentos na vida
Em que você percebe
Que bendito é o cego,
Que não sofre de amores por uma beldade, 
E esta, dissimulando com certa maldade,
Desfilando charme, beleza e tortura...
Não é o cego que a sente.

Essa é a história 
De mais um eu lírico fracassado:
É o que lerão a melhor tradução do que acontece
Quando um mortal se engraça 
E se desgraça
Por uma deusa:

Se tendes o amor dEla,
Tendes então tudo...
Tudo que se pode imaginar
Tudo que se pode desejar...
Sobre a Terra;
Possuirá por excelência 
Não a maior de todas as pérolas, 
Mas um colar de outras como ela
Só que essas muito mais belas.

Porém, 
Se não tendes o amor dEla,
Saibas então Tu:
Para ela estar a teu lado é o ato de depositar
Todo o tesouro de sua beleza
E deixar ele estar...
Deixar o tesouro dela ao lado de vermes;
O Limo de Quina de Parede-que para ela és Tu

Bem aventurado...
Todos aqueles que não puderam enxergar
E conseguiram escapar 
De deixar-se enfeitiçar;
Mas Tu, dono de pouca sorte,
Tu pois que enxergando acabaste por ser condenado,
Ai de Tu!
Pobre criatura ludibriada...
Pobre vida enganada.

Mas por qual motivo,
Não sede piedosa ainda, Linda Beldade?
Faça cessar 
A dor que a outrem vem atormentar.

Nosso Querido Desgraçado..
Eleva-se aos Vossos Pés a voz, 
Pois ele reconhece sua mister beleza,
Pedindo que, com mesma realeza
Deixe de exercer sua frieza.

Anjo de Beleza,
Nosso eu lírico sabe que deve ser difícil,
Parece às vezes ser impossível,
Saber que não há alguém
Que queira de Ti algo mais além...
Do que a Tua perfeita forma escultural.

Mas Ele, 
Nosso Mister Desgraçado Abestalhado,
(Ele que até a Dó chorou de pena)
Lhe professa apaixonado;
Ele é o espectador mais assíduo de todos os teus predicados,
Dos mais pífios até os mais caros.

Agora pois Tu, Caro Sofredor
Que procura entender mas não consegue compreender;
Compreenda agora que, o que foi feito para se ver
Só tem a capacidade de nos outros despertar...
O desejo de ter.

Os Profetas das Tentações
Só tem seu sentido existencial
Em fornecer-lhe o mal,
E de Lhe fazer, desgraçado como estás,
E morrer de sofrer.

Eles só tem sentido existencial
Em Lhe provocando a miséria total,
Sendo que seus meios
São todos impessoais:
Uma vez que só se interessam por si,
O que achas que sobrará para ti?

Eles nunca ligarão para seus iguais;
Tanto quanto mais
Para os seus desgraçados amantes mortais.

Saibas Tu,
Desgraçado Amante Adorador Fiel:
De deuses cruéis e infiéis...
O olimpo está cheio;
Eles não passam de pedaços de carne e ossos...
Dotados de grande estética, bem vistosos
E que por Ti são "idolatrados",
E que tantos outros como você...
Já tentaram canonizar.

Faça um favor a si mesmo Jovem Desgraçado,
Aprenda a lição de amor do dia:
Nenhuma deusa se interessa por aqueles que
A si próprios não considerarem deuses também. 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Eu sei que isso dói

Eu sei que isso dói

Eu havia dito-lhe que isso não é viver,
Mas você insiste em continuar...
Insistir em se torturar,
Se machucar.

Eu sei que corta como uma lâmina de espada, 
Eu sei que se sente explodir e estilhaçar...
Como uma granada;
Eu sei que sentimentos machucam.

Eu sei que isso lhe crucifica
Situação que humilha 
E desespero é tempero que à dor intensifica.

Eu sei que isso mortifica
Se sente revoltadamente calada,
Sente-se atravessada por raiva, ódio e dor...
Como se por elas tivesse sido empalada. 

Você quer que lá esteja quem se ama...
Lá no seu caminho,
Quer que ele lhe abrace...
Com muito carinho,
Mas o único abraço que receberá será amargo:
O abraço apertado do descaso,
Parecido quando se é fechado numa Donzela de Ferro*.

São perdidas além das contas as vezes que lhe disseram...
Talvez nunca tome ciência dos esforços que lhe fizeram...
As pessoas que realmente lhe amam,
Ação em vão que tentou sanear seu coração; 
Todos aqueles que queriam você...
 Não caindo nessa depressão sabem:
Tuque que te machuca
E que isso dói.

*Instrumento de tortura medieval.