Mamãe Sempre Soube...
Estou de mudança para
outro plano
Irei rumo ao sul este
ano,
Finalmente eu
descobri...
Eu sei qual caminho
Ela tomou.
Eu sinto o perfume
dela
Se dissipando
Guiando-me
Pelo caminho por onde
ela passou.
Mamãe sempre disse
Que para tudo que se
pensasse
Ou que se fizesse
Ter-se-á o resultado
que merece.
Eu não faço o que
faço
Contando cada passo
Esperando do Papai
Noel
Um bom presente,
Aos menos que dentro
tenha
Aquela que se fez
ausente.
Eu perdi a melhor
parte de mim
Em algum lugar,
E agora
Não consigo mais a
ela encontrar;
Não poderei mais me
completar,
Desculpe-me Mamãe!
Como poderia fazer
por merecer?
Como poderia
fazer-lhe entender?
Como lhe dizer o
quanto importante
É o que eu estou a
perder?
Nunca estive tão
frustrado,
Nunca tão cansado,
Tenho tentado
esconder os erros
Mas esta tão colossal
incompletude
Torna-me fracassado.
Vou até onde ela
possa estar
Seja lá onde for,
Aonde eu vá a ela
encontrar.
Vou construir um
reduto
Para que nós possamos
Um dia chamar de lar.
Eu perdi a melhor
parte de mim
E chorei,
E para Mamãe
Eu sempre serei o
garoto mimado
Assim tão acanhado
Por ter perdido mais
um brinquedo;
Ser apenas mais um
sentado
Sentando em um canto:
emburrado.
Eu senti o perfume
dela
Mudando de direção
Assim como um vento
de monção,
E assim como tal
Achei normal
Mesclando ao fantasma
que é
O perfume dela
O gosto do sal.
Estou na trilha
Da qual ela rumou,
Agora sei
Qual caminho ela
tomou.
Só há um lugar
Onde possa a ela
encontrar,
Lugar abundante em
sal
Mais do que minhas
lagrimas
Tal lugar
Só poderia ser o mar.
Quando estava ao
longo da praia
Posto a caminhar
Tentando a ela
encontrar.
E enquanto caminhava
Ao longo de uma praia
salgada,
Minha mente ficara
acuada,
Minha carne tornou-se
gelada;
Vi um fantasma do
passado
Todo engasgado
Com um reencontro não
marcado;
Era ela.
E eu vi a mudança
Nos olhos dela
Eu tentei neles me
encontrar,
Mas não havia o meu
reflexo neles.
Ela não diz
Mas facilmente se lê:
Que a esperança dela
por nós se foi,
E ela novamente
fugindo
É o que se vê
Mesmo agora,
Parada na minha
frente.
Ela que enchera a
mala de sonhos,
E assim se foi
Realizando uma grande
jornada
Até aqui;
Ela que ao partir
Partiu sem se
despedir.
Não é justo Mamãe!
Me esforçar
Para no final
observar
Que a mulher que jurei
amar
Tem uma aliança de
ouro e brilhantes
No anelar da mão
esquerda.
Triste e sozinho
Terei de voltar,
Feridas dolorosas
terão que cicatrizar.
E agora no fim,
Posto a pensar
Posso finalmente
compreender:
Se Mamãe relutou-se
antes
Foi para que não pudesse
eu saber...
Saber de um caminho
Onde não poderia
percorrer.
Mamãe desde o
primeiro momento
Compreendeu o que
houve,
Pois Mamãe
Sempre soube.