inteiros e Frações

inteiros e Frações

sábado, 18 de junho de 2011

Para o Início

Para o início

Ela se foi
Como tantos outros que se vão
Costumava gostar dela,
a trazia em meu coração.

Às vezes penso que,
Se soubesse tudo,
Seriamos mais felizes
Mas ela se foi.

Minha vida era agradável
Mil e um risos
de uma felicidade amigável
E um especial Algo Inacreditável.

Foi chocante
De repente
Assim do nada
Sem motivo.

Ela partiu
E me partiu
Como tantos outros que se vão
Parece que ter na mão
O que emanava do meu coração
Não era o suficiente
Fora tudo em vão.

Foi chocante
De repente
Assim do nada,
Costumava gostar dela
Mas se soubesse tudo
seriamos mais felizes?
Se soubesse de tudo,
Ficaria contente em partir com ela?

Tive que voltar
Voltar ao começo,
Levantar novos alicerces
Voltei para recomeçar.

Reiniciar é mais doloroso
Do que se está a imaginar
É realmente renascer.

Dói respirar
Esse ar pesado a me cercar
Utilizando-se de pulmões
Que ainda estão a descolar
Necessitar de alguém
Para lhe ajudar a engatinhar
Lhe ensinar a andar
Te ensinar a falar
A falar “Eu te amo”.

Eu fui a criança que nasce
Eu sou uma nova face
Para uma nova chance
Sou uma chance
Para uma nova oportunidade,
Para se mudar
Não se há idade.

Aprendi a chorar
E o seu Porque
Para que, quem sabe...
Nunca mais volte a me quebrar.

Serei a criança de novo
Até que aprenda a chorar
Sou novamente infante
Alvo fácil para algo que me encante
Mas novamente nessa situação
Para aprender
A usar o coração
Para apreender
Uma nova conceituação
Para cada nova situação
Até atingir um novo grau de perfeição.

Vou chorar
Vou renascer
Até entender e aprender,
Até parar de procurar
Não mais me importar
Até quando minha fortaleza
A tudo agüentar

Nesse dia de completude
Tanto moral
Quanto espiritual
O que costumava gostar
Um dia vai se reaproximar
Porque ela também,
Um dia vai,
Vai tudo recomeçar.

Vivendo e Gostando da Minha Desgraça

Vivendo e gostando da minha desgraça

Para que se enfurnar numa taberna?
Para mim essa boemia
Só funciona até quando você for minha
Esse não for...

Então inspiração não vai faltar
Vou então versos formar
Há muitas que com isso
Possam se encantar
Isso vai suspiros arrancar.

É por isso que digo:
“Eu vivo e gosto da minha desgraça”.

Meu Bem
O seu “não”
Me garante dezenas de “sim”,
Coitada de você
Se pensa que para mim
Sua rejeição é meu fim.

Pelo sim
E pelo não
É aposta dupla.

Meu Amor,
Eu nunca vou perder!
E você, o porque vai perceber
Quando ler
O que vou lhe escrever.

Minha tristeza
Minha decepção
Minha comoção
O seu não
Levam quinze minutos
Para esquecer
Pois é o tempo que levo
Para meus sentimentos ao papel transcrever
E esquecer...
Te esquecer.

Escrevi uns versos para uma garota
Do qual nem sei o nome
Graças a eles
Eu nunca morrerei de fome.

As pessoas adoram meu romantismo
E eu a minha vida de gaiato,
Que cretinismo!

Por que o Amor Rima com Dor?

Por que Amor Rima com Dor?

Estar a amar
É quando de outro corpo
Se quer sentir irradiar
O seu calor
Mas calor também pode fervilhar
Também pode queimar
Pode dor gerar.

Será que assim
Poder-se-á explicar
O quanto próximos
Amor e dor
Possam estar?

Amor é arriscar no escuro
Você nunca sabe se o alvo
fora acertado,
Não sabe se o objetivo
Fora mesmo alcançado.

Amor
É se sentir escravizado
Por uma fé esperançosa;
De que seja recíproco
De que seja correspondido.

E se não tiver
o alvo acertado?
E se a duvida gera pavor?
A desesperança e a decepção
Poderão em seu coração
Gerar a dor.

Talvez por isso
Que amor rima com dor.

Quando dói
Seja onde for
É pois células sensitivas foram chamadas a depor
E quando depõe o coração
Ele acusa externa ligação
E nisso há uma tensão,
Há dor.

A sensação
Provocada pelo depoimento do coração
Só tem uma razão
É uma emotiva ligação,
A única que pode gerar dor:
Amor.

Nesse caso
A ordem correta
Dizer-lhe eu não poderia
Mas amor e dor,
Literalmente,
Na pratica rimaria.

Do Dr. Jekyll Ao Mr. Hyde

Do Dr. Jekyll Ao Mr. Hyde*

Tenho aparência desagradável
Algumas vezes até detestável
Outras vezes até afável...
Amigável.

Você se pergunta se sou humano
E pede a Deus
Para a acusação perdoar,
Mas é nesse ínterim que
Eu poderei te matar
Trucidar
Esquartejar
Mal tratar.

Talvez tenha sido um tipo de radiação
Ou uma mutação
Provocada por uma alma má
Concluindo numa transfiguração.

Algum dia há de conseguir enxergar
A assinatura do diabo
Irá a mim visualizar.

Porém também sou um especial inesquecível,
Sou a dicotomia entre dois lados
De uma mesma moeda
O profano arcano:
Grotesco;
O nobre soberano:
Galante.

Tenho aparência afável
Algumas vezes até amigável
Outras vezes até desagradável...
Detestável.

Você se pergunta se sou angelical
E até tenta
Por vezes mil, meu amigo se tornar
E nesse ínterim que
Eu possa lhe amar
Lhe acariciar
Cativar
Bem tratar.

Talvez seja a minha boa educação,
Advinda de um bom coração
Provocada por uma alma boa
Concluindo em alheia comoção.

Algum dia há de conseguir enxergar
O toque divino
Irá em mim vislumbrar.

Eu posso lhe amar
Acariciar
Cativar
Bem tratar,
Mas quem lhe garante...
Que eu não vá lhe matar?

*Inspirado na obra-prima de Robert Louis Stevenson: O Médico e o Monstro.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Pequena Bolinha Azul

Pequena Bolinha Azul

Há uma bolinha azul
Suspensa no nada
Muito esmilinguida
Muito atrevida:
(Já pensou um dia, que era o Centro do Universo);
Anda muito despreocupada,
Esteve muito enganada
Fora muito mal tratada.

Na bolinha azul
Se encontra romance,
Encontra-se suspense,
Tem gente que faz de tudo ao seu alcance,
E outros que não valem
Nem o que se pense.

Na bolinha azul
Há um parasita
De um tipo muito biltre,
E contra ele não há
Nada que o filtre.

Nada o detêm;
Ele subjuga e mantêm
A pequena bolinha à sua vontade.

Pobre bolinha azul!
Está doente...
E a profilaxia está, tão ausente...

Pobre bolinha...
Está em depressão,
Não se faz lembrar
A última vez que esteve contente;
Talvez na época
Em que o sapiens fosse então somente erectus.

Bem Vindo Ao Jardim do Éden (Vazio Carpe Diem)

Bem Vindo Ao Jardim Do Éden
(Vazio Carpe Diem)

Andando por aí
Encontrei de um lado a uma lixeira
Um braço e uma perna.

Olhando por aí
Vi pessoas dançando em ecstasy
Num mundo sem limite.

Uma vida extrema intensa
No agora
Porque não se sabe o que vá
No amanhã.

Nesse lugar
Você sempre tem algo para se perder
È um erro tentar sonhar;
Pois nesse lugar
Você vai perceber
É um tédio para se viver
Um Carpe Diem para se morrer.

A vida é um relógio regressivo,
A vida em sociedade
É um nicho agressivo,
Um vício compulsivo
Que te mata sempre aos poucos.

Mas nada que o nosso
“Deixe viver
Deixe estar”
Não possa exponenciar.

Nesse lugar
Você sempre tem algo para se afundar,
No amanhã...
Você não precisa se preocupar,
Não se prenda a compromissos,
Não tenha hora para acordar.

O buraco onde você cai,
A lama onde você está a se afundar...
É um infinito;
E não tem fim
Não tem propósito;
É o frio vazio
É o nada
Que lhe corta
Como uma faca.

É o nada
Vazio de propósito
Como a sua vida
Como o seu fim.

Aproveite para ser feliz
Vá para onde aponte seu nariz,
Desista do compromisso,
Para que se dar
Ao luxo do exercício?

Deixe o urgente para depois
Cultivar o extensivo
Preencha esse vazio
Com o desregro intensivo.

Se não há a certeza
Do que no Além encontrar,
Então é melhor algo garantir:
Ser feliz até quando se possa suportar.

As pessoas nunca não mudar
Enquanto a digital da desgraça
Não lhes tatuar.

Somos um detonador
Programado em tempo regressivo,
Um tipo de explosivo
Para a Hora Final.

Somos uma Guerra Fria
De um mundo multipolar
Pronto para um colapso nuclear.

É lindo!
Um lindo luto negro de pixe
Está a tingir oceanos,
Preparando o velório antes da morte;
E com sorte
De poder fugir da morte novamente
No antropizado Jardim do Éden.

É linda!
Uma linda vida extrema intensa,
Pois no Éden
Você sempre tem algo para se perder,
Você nunca sabe
Se está a viver
Ou fadado a eternamente...
Morrer.

Do The American Dream

Do The American Dream

I drink my coffe
I eat my cokie
I kiss my wife
I’m perfect man in
“The American way of life”.

I’m not a lier
Kill the Sadan
Is a not terrorist act
Cause’ I love Jesus
And hate Satan.

You copy my foods
You use my foots.

I was the past
I will be future
Cus’ in cinema is my culture.

You know me
You show me
Go to fuck our planet
But you can’t stop that
Cause’ you are a only rat
And I’m the Messiah for God,
Hallelujah!

I love to say “fuck”
Cus’ I tink:
“I’m never gonna will be fuck!”
Oh, yeah!

I’m the fucker “American Dream”
And I don’t care
What a hell are you scream!

In the Global Worming
I eat my ice cream
With stile
If everything in the future is done
Fuck you!
I’m fine.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Razões Que Movem Corações

Razões Que Movem Corações

“Me dê sua mão
E a chave do seu coração”
Já virou chavão
Já é tão clichê,
Se ouve em qualquer esquina.

Sem mais frases feitas:
Não quero mais rimar,
Não quero mais tentar te enfeitiçar
Tentar te enganar
Tentar te conquistar
Com coisas das quais eu não sou.

Para que fingir?:
Todo o dia escolher
Sempre uma mascara diferente
Para que em sua presença tenha que usar.

Deixemos isso
Fora de convenções
Essas ações,
São para pessoas que são senso comum.

Deixemos isso
Para aqueles que não diferenciam alguém
De ninguém.

Mas sei que você sabe;
As razões que
Movem corações
São as emoções.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Programa de Extermínio

Programa de Extermínio

Meu coração
Está envenenado,
Meu pulmão
Fora contaminado.

Eu sinto o gosto desta toxina...
Tem gosto de dioxina

Uso do encéfalo em 10%
Num ridículo vôo rasante,
Próximo da catástrofe
A todo instante.

Com ações impactantes
Mais potência
Se minha “bomba de diesel” estiver aberta
Fuligem a mais para todos os lados
Em todos os instantes.

Botulismo enlatado
Comodismo sintomático
Cultismo é assepsia,
Mas para a nossa sociedade...
Ainda utopia,
Fantasia,
Anemia cerebral
Desperdiçando nosso tempo
Pelo canal anal.

A Rede de Saneamento Mental
Que lhe fornece
Oxiúros como contamínio
Procura assim o seu próprio extermínio
Sintomático de diarréia cerebral
Flatulência oral
E lobotomia programada.

As nuvens cinzas de fuligem
E gases nobres no ar
Fazem a lua de cor verde limão, hoje estar.

E por em verde falar
Tem-se nossa reserva ambiental
Para se preservar
Com flores de plástico
Para plantar.

E a cadeia alimentar
Que “vá se danar”
Se eu apertar “deletar”
Posso muito bem recriar
Posso remodelar
Posso construir
Posso destruir
E até mesmo reanimar.

Também eu possa
“A imagem e semelhança” criar
Afinal,
Eu sei clonar,
Posso aperfeiçoar
Sou o meu próprio deus!

Mas a questão é:
“Para qual motivo
Criar um ser
Que possa vir a ser
Tão hipócrita quanto eu?”

Eu sou de mais egoísta
Até onde eu possa deletar
Ou ser deletério
A esse adultério
Que cometo ao meu planeta
Será conjugado no singular.

Até porque
Só preciso do outro
Para me tirar do buraco,
Na ultima hora juntar
Caco por caco
Tentar desse frangalho
Fazer com que algo sege levantado,
E quando perceber
Se horrorizar,
Talvez até chorar...

Egoísta como contamínio
Procuro assim o meu extermínio,
O meu lento
E programático
Extermínio.

Torne-me Mal parte II

Torne-me Mal parte II

Há um pensamento psicopata na minha mente,
Ontem fora meu velório
E, há uma viúva nova entre os vivos;
Devidamente registrada em cartório,
Diga-se de passagem.

Mas ate amanhã
Ela será mais um óbito,
O mal encontrou um novo acólito.

Eu ressurgi de cinzas,
Levantei do meu caixão;
Estou com um machado na mão
O mal encontrou um outro acólito,
Desde que você me tornou mal.

Estou caminhando sem vida
Porém ainda vivo,
Uma vingança faminta
Esse mal que ainda convivo...
E lhe digo
Far-lhe-ei
Mil e uma coisas nesta madrugada.

Seu eu fosse você
Trancava as portas,
Manter-se-ia acordada.

Você vai sentir
Vai suar
Vai sangrar
Vai se ferir,
Pois vou fazê-la sentir essa doença,
Queimar seu estômago.

Vou fazer você sentir
Essa malícia
Sinto o gosto desta delícia
Essa sua doença
Foi outrora sua crença,
Essa coisa que me deixou anormal
Vai te tornar mal.

Quando estiver sentindo
Essa doença
Vai sentir intensa
A sede de sangue.

Sinta o gosto desta delícia
Eu reconheço esse sorriso...
É uma maravilha
Essa sua malícia.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sobre Mamãe

Sobre Mamãe

Mãe,
Eles tentaram me ferir,
Essa escuridão
Me deixa com medo,
Mesmo assim
Você me vem a sorrir
Fala para tirar
Da boca o dedo.

Mãe,
Eu posso sentir...
Com você eu posso sonhar,
Posso sorrir.

Mãe...
Não deixe eu ir
Não quero prosseguir
Sei que vou sofrer,
E não quero
Não sei se vou conseguir.

Porém,
Ao mesmo passo que não quer sofrer
Não iria querer te ver sofrer
Ou te colocá-la comigo a sofrer.

Mamãe,
Fui levado para lugares distantes
Lugares escuros,
Eles me mostraram coisas destoantes
Situações desconfortantes,
Em todos os instantes
Eu era o único entre os infantes
Que queria sentir
A falta de casa.

Mãe,
Eu não posso mais
Com certas pessoas andar,
Uma súbita câimbra me tomou:
 Terei que voltar,
E eu sei que em meio ao seu amor
Tem uma porção de potássio
Para sanar essa dor.

Como o Filho Prodigo
Eu errei meu caminho,
Cai do ninho,
Meus sentimentos perdidos
O teu carinho e amor...
A muito foram esquecidos.

Quero seus abraços cativantes
Quero de volta aqueles instantes
Aquela vida simples e fácil,
Era tão fácil sorrir
Tanto quanto hoje é se ferir.

Quero fazê-la se orgulhar
Se vangloriar
Do filho que está mais uma vez
A te abraçar.

Passe seu avental
Em volta de mim
Não deixe que nada me machuque
Não deixe que nada me macule.

Mãe,
Eles tentaram me ferir
Mas eu voltei
Quero reaprender a sorrir.