Inteiros e Frações
Tão longe ...
Não importando o quão perto,
Parecendo estar sempre errado
Não importa se é certo.
Tão diferente...
o que um dia já foi tão igual,
O que você fez...
Para que nada mais fosse
Normal?
Tantas coisas que você dizia
E não mais diz,
Tantas coisas que você amava
E não mais ama,
Tantas situações que faziam sentido
E que agora nenhuma delas condiz,
Tantos eram os motivos
Que lhe tornavam feliz
E não mais a fazem sorrir.
Tantas coisas suas
Que me faziam diferente,
E que agora me fazem tão comum;
Tantas palavras que na minha voz
Pareciam analgésicas...
Hoje são apenas aglomerados de letras.
Tantas palavras que me importavam
E continuam sendo ditas,
Mas não me importo com elas
Apenas às sei.
Tantas coisas que eu sei
E não me servem mais,
Eu não as reviso
Nem por isso as esqueci.
Houve um tempo...
Em que éramos Um,
E eu quando só me sentia Parte,
Mas agora me sinto Um...
E você não faz mais parte.
Mesmas palavras
Mesma gramática,
Porém idiomas diferentes.
Sempre distantes
Não importa qual seja
A rota de colisão.
Não importa quanto diga ser amor quando só se ofende,
Não importa o quanto afaga,
não quando na verdade...
É uma tortura;
Não importa quantos sorrisos apareçam...
Quando todos estes aparentam
Uma só careta.
Por que será que quando avanço
E você estagna,
Me sinto caindo
Enquanto você me olha aí de cima?
E vice-versa?
(E o vice sempre versa!)
Houve um tempo em que éramos Um
E quando só...
Me sentia Parte,
Mas agora me sinto Um
E você não é mais Parte,
Agora e sempre...
Apenas Partes.
Mas à parte de tudo isso:
Digo que você levou consigo...
Uma Parte de mim.